Chuvas em São Paulo deixam mortos e cidades debaixo d'água
Ao menos 19 pessoas morreram no Estado, a maioria vítima de soterramento Aeroporto e estações da CPTM chegaram a fechar
As fortes chuvas dos últimos dois dias causaram mortes e danos em vários locais da Grande São Paulo e no interior do Estado. Ao menos 19 pessoas morreram entre a noite de quinta-feira e a madrugada desta sexta-feira. Nos 11 primeiros dias de março, a capital paulista já recebeu 89% das chuvas previstas para o mês.
Francisco Morato, Mariporã, Franco da Rocha, Itapevi, Cajamar, Caieiras, Guarulhos e a capital, na Grande São Paulo, além de Itatiba, no interior, foram os municípios mais atingidos. Segundo a Defesa Civil do Estado, há pelo menos 12 feridos e dezenas de desabrigados.
Segundo o Corpo de Bombeiros, quatro pessoas morreram em Mairiporã, onze em Francisco Morato e duas em Itapevi vítimas de soterramento. Outras duas morreram afogadas: uma das vítimas em Guarulhos e a outra em Cajamar. No interior do estado, duas mortes foram registradas em Itatiba, na região de Campinas.
Entre as vítimas, está uma criança de 4 anos, que morreu após um deslizamento que atingiu residências em Mairiporã. Sete pessoas foram resgatadas, mas oito ainda continuavam desaparecidas na região até o fechamento desta reportagem.
A prefeitura de Francisco Morato decretou estado de emergência. De acordo com a prefeitura do município, a maior parte da água que atingiu a cidade já escoou. Várias escolas públicas da cidade foram preparadas para receber desabrigados.
Diante dos acontecimentos, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) cancelou os compromissos desta sexta-feira e visitou Mairiporã e Francisco Morato. Quando questionando se a falta de ações preventivas provocou a atual situação, ele disse que agora "o momento é de socorrer vítimas".
Alckmin também afirmou que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) "segurou ao máximo" as águas da represa Paiva Castro, que é a quinta represa do Sistema Cantareia, mas teve que abrir as comportas para evitar um rompimento da barragem. "Então a represa até ajudou na vazão. Chegou a mais de 200 metros cúbicos por segundo", disse o governador.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, afirmou que a empresa teve que agir para garantir a segurança da barragem para era evitar uma tragédia como a de Mariana, em referência ao rompimento da barragem da mineradora Samarco em Minas Gerais. "A enchente é causada pela chuva, e não pela represa", afirmou à Folha de S.Paulo.
Aeroporto fechado e trânsito lento
Na região metropolitana, o Aeroporto Internacional de Guarulhos ficou fechado por seis horas e os rios Pinheiros e e Tietê transbordaram. As estações da CPTM operavam com lentidão nesta sexta-feira, com vários pontos de interdição. Muitas rodovias também apresentavam interdições e trânsito. Na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) a inundação causou perda de alimentos.
Diante da grande quantidade de pontos de inundação em São Paulo, o Facebook ativou pela primeira vez no Brasil o sistema para que os usuários avisem familiares e amigos que estão bem. O chamado "Status de Segurança" foi liberado na tarde desta sexta-feira para nove cidades do interior e da região metropolitana. Usuários que estejam em regiões afetadas receberão uma notificação perguntando se estão a salvo. A ferramenta foi criada após o tsunami no Japão que, em 2011
Previsão do tempo para os próximos dias
Para esta sexta-feira, o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) prevê a ocorrência de chuva intermitente na capital paulista durante todo o dia. De acordo com o CGE, "as instabilidades que atuavam na Capital Paulista já se deslocaram para o Sul de Minas Gerais, Vale do Paraíba e Rio de Janeiro". Segundo o centro, nos próximos dias o tempo segue instável, com períodos de sol e chuvas durante a tarde.