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Oposição venezuelana acionará todos os mecanismos para saída de Maduro

A MUD anuncia uma emenda à Constituição e um referendo revogatório

A esposa do opositor Leopoldo López, Lilian Tintori, na terça-feira com o secretário-geral da MUD, Jesús Torrealba, em Caracas.
A esposa do opositor Leopoldo López, Lilian Tintori, na terça-feira com o secretário-geral da MUD, Jesús Torrealba, em Caracas.MIGUEL GUTIÉRREZ (EFE)

A oposição aposta todas as suas fichas para forçar a saída do presidente Nicolás Maduro. A Mesa da Unidade Democrática (MUD), uma coligação de forças de oposição, anunciou na terça-feira que acionará todos os mecanismos da Constituição Nacional para a mudança de Governo. As opções são mobilizações maciças, uma emenda constitucional para encurtar o mandato presidencial e a convocação de eleições neste ano e um referendo revogatório.

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Jesús Chuo Torrealba, secretário-geral da MUD, leu o documento intitulado Roteiro 2016, que amplia o plano da oposição para encurtar o mandato de Maduro: “Não estamos em uma democracia em funcionamento, mas em uma autocracia arbitrária”.

A estratégia da oposição se baseia no apoio de vários Governos e organizações internacionais, além da presença “pacífica” dos venezuelanos nas ruas. “O sucesso desses mecanismos constitucionais só será alcançado se contarmos com a vigilância e a pressão da comunidade internacional e a vontade inquebrantável do povo de exercer toda a legítima pressão cidadã que for necessária”, disse Torrealba.

Mas os meios situacionistas estão aparafusados ao poder. Na segunda-feira, o deputado Diosdado Cabello, o segundo homem do chavismo, descartou uma renúncia de Maduro. “Falem claramente, farão mobilizações para ver se dão um golpe de Estado”, disse à agência AP.

Venezuelanos voltam às ruas

Uma das manobras da oposição para uma saída urgente do Governo começará neste sábado. Nesse dia será realizada uma concentração na avenida Francisco de Miranda, no leste de Caracas, e em diferentes pontos do país para exigir a renúncia de Maduro. Torrealba não hesita quando diz que será uma grande manifestação devido ao descontentamento da população. “As pessoas já estão na rua, protestando contra a crise”, afirmou.

A crise transformou as ruas num tumulto. Durante o primeiro mês e meio deste ano houve 757 protestos no país, de acordo com um registro do Observatório Venezuelano de Conflitos Sociais. A escassez de medicamentos e alimentos, a falta de energia elétrica e água e a insegurança são as principais causas dos protestos. De acordo com Torrealba, no sábado só se pretende fazer uma manifestação pacífica: “Não aceitaremos um único encapuzado nessas atividades. Não queremos violência”.

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