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Casos de Guillain-Barré associados ao zika aumentam em cinco países

O vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, já afeta 34 países

María R. Sahuquillo
Dilma Rousseff participa da mobilização contra o 'Aedes aegypti', no Rio de Janeiro.
Dilma Rousseff participa da mobilização contra o 'Aedes aegypti', no Rio de Janeiro.ROBERTO STUCKERT FILHO (AFP)
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Cinco países da América registraram um aumento de casos de Guillain-Barré que podem estar associados ao zika vírus. Brasil, Colômbia, El Salvador, Suriname e Venezuela informaram a Organização Mundial da Saúde (OMS) o incremento de afetados por esse transtorno autoimune grave, que causa fraqueza, perda de reflexos, torpor, dor e visão turva.

O possível vínculo dessa síndrome e de casos de microcefalia com o zika vírus levou a OMS a declarar alerta sanitário mundial em 1 de fevereiro. A relação ainda terá de ser confirmada.

No Brasil, o país mais afetado pelo zika, os casos de Guillain-Barré aumentaram 19% em 2015, segundo os relatórios das autoridades de saúde à OMS. Em julho, no Estado da Bahia –um dos com maior incidência– foram confirmados 42 casos da síndrome neurológica, 26 deles em pacientes com um histórico clínico que mostrava também sintomas da infecção por zika. Em novembro, o número de casos tinha subido para 64 e testes confirmaram a presença do vírus em sete doentes com Guillain-Barré.

No Suriname e na Venezuela, as análises em laboratório também confirmaram a infecção por zika em vários dos pacientes do transtorno imunológico. Na Colômbia e em El Salvador –onde foram registrados 46 casos, incluindo duas mortes pela síndrome–, os testes ainda não confirmaram o vínculo. Além do zika, a dengue e o chikungunya, transmitidos pelo mesmo mosquito, o Aedes aegypti, também estão presentes nesses territórios.

O surto do vírus, para o qual ainda não existe tratamento nem vacina, atinge já 34 países, segundo revela o relatório semanal da OMS, no qual é detalhada sua expansão. No momento, segundo os dados da entidade, quase a totalidade dos casos de microcefalia associada ao zika vírus foi detectada no Brasil, onde as autoridades confirmaram pelo menos 387 casos de microcefalia compatíveis com infecções congênitas – sem descartar o zika– e 17 nos quais o vírus não foi detectado. Na Colômbia, segundo país mais afetado, não foi confirmada a presença do vírus em nenhum caso de microcefalia.

A coincidência dessa anomalia fetal e o vírus não foi confirmada, mas as evidências de que o zika possa afetar o desenvolvimento do cérebro do feto aumentam. Por isso, as grávidas e as mulheres que estão planejando ter filhos estão situadas no grupo de risco. As autoridades sanitárias internacionais aconselharam o uso de contraceptivos. Alguns países, como o Equador e El Salvador, recomendaram às mulheres adiarem a gravidez em até dois anos.

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