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Mais de 5.000 grávidas já foram infectadas pelo zika vírus na Colômbia

Até agora não há registro de casos de microcefalia em fetos nem em recém-nascidos

Ana Marcos
Mulheres grávidas no hospital Juan Atalaya, em Cúcuta, Colômbia.
Mulheres grávidas no hospital Juan Atalaya, em Cúcuta, Colômbia.Dania Maxwell (Bloomberg)

Na Colômbia há mais de 5.000 mulheres grávidas afetadas pelo zika vírus, segundo o relatório epidemiológico semanal publicado pelo Instituto Nacional de Saúde do país (INS). Até agora, diferentemente do que acontece no Brasil, as autoridades do setor de saúde da Colômbia não confirmaram nenhum caso de microcefalia em fetos nem em recém-nascidos.

A Organização Mundial de Saúde admite que a relação direta entre o zika e a microcefalia é “fortemente suspeita, mas não foi cientificamente comprovada”, segundo declarou no início de fevereiro Margaret Chan, encarregada do organismo internacional, após decretar emergência sanitária global. A Colômbia mantém sua campanha de adiamento da gravidez até que passe o pico da epidemia, a partir do segundo semestre do ano. As instituições de saúde dos diversos Estados do país trabalham na distribuição de preservativos e na divulgação de informações sobre planejamento familiar. Ao mesmo tempo, aconselham às grávidas que moram em regiões de maior incidência do zika a usar repelentes e vestir roupas que cubram todo o corpo, apesar do calor. Diante da falta de provas científicas, as grávidas infectadas durante o primeiro trimestre são consideradas de alto risco, por se tratar do período de desenvolvimento embrionário em que há maior chance de ocorrer a microcefalia.

A OMS trabalha em produtos para tentar controlar essa epidemia, já que não existe remédio nem vacina. A dengue, a febre amarela e a chikungunya servem de base para os estudos científicos, porque todas essas doenças são transmitidas pelo mesmo mosquito, o Aedes aegypti.

A concentração do zika em áreas tropicais é notada também no mapa da Colômbia. Dos 31.555 casos notificados pelo INS no país inteiro, a maioria se concentra na região do Caribe, com 12.488 pessoas atingidas. O Governo colombiano admitiu há uma semana que a incidência será muito maior que a prevista num primeiro momento, devido ao elevado número de pacientes assintomáticos que não vão aos centros de saúde. O Ministério da Saúde divulga a notificação de em média 3.761 casos por semana no último mês.

Depois da morte de três pessoas pela síndrome neurológica Guillain-Barré no começo de fevereiro, Juan Manuel Santos, presidente da Colômbia, admitiu num evento público que a doença teve aumento de 66% desde o início da crise. Dos 600.000 casos de zika que podem ocorrer no país, 1.000 podem ser atingidos pelo Guillain-Barré, cuja mortalidade é de 4%, explicou o mandatário, a partir das projeções dos órgãos de saúde do país.

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