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Cancelamentos de viagens ao Brasil por causa do zika vírus ainda são casos pontuais

Segundo a Embratur, Chile é o único país que registrou número mais significativo de desistências

Grávida em Recife, região Nordeste do Brasil.
Grávida em Recife, região Nordeste do Brasil.NACHO DOCE (REUTERS)
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O roteiro já é bem conhecido: alguém manda uma informação para alguém no WhatsApp, ela é reenviada aqui e ali e, de repente, você já recebeu a mesma mensagem de diferentes pessoas e grupos. Às vezes é um meme inofensivo, às vezes é um alerta real, mas às vezes trata-se de uma informação pouco confiável. Foi assim que a chilena Nora Catano foi avisada, pela primeira vez, sobre a situação do zika vírus em terras brasileiras. Ela recebeu um áudio, em que uma voz feminina alertava para os riscos de viajar ao Brasil: “Grávidas ou mães com crianças menores de um ano não devem ir ao país, pois os filhos podem desenvolver microcefalia”.

Por enquanto, há poucas certezas sobre o zika vírus, mas uma delas é de que ele não causa microcefalia em crianças já nascidas, como alardeava o áudio recebido por Nora. Desconfiando do teor alarmista da mensagem, ela não deu crédito ao que ouviu. Contudo, em janeiro, quando surgiu uma viagem a trabalho para o Brasil, ela já tinha mais informações em mãos e, como estava grávida, decidiu ficar no Chile. “Tomei a decisão depois de receber um alerta do departamento de segurança da empresa em que trabalho. Eles mencionavam uma declaração do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos de que mulheres grávidas deveriam considerar a possibilidade de não viajar para áreas onde há o zika vírus”, conta.

Nora não é a única chilena que tomou essa decisão nos últimos tempos. Segundo levantamento feito pela Embratur, instituto federal que promove o turismo brasileiro no exterior, o Chile é o único país que registrou um número mais significativo de desistências de viagens para o Brasil. Uma das principais operadoras de turismo chilena recebeu cerca de 5% de pedidos de adiamentos de voos – todos eles estavam relacionados ao medo de grávidas e suas famílias em relação ao zika. Com 13 escritórios espalhados pelo mundo, a Embratur tem coletado semanalmente os dados com agências de turismo internacional, além de fazer um acompanhamento diário do que sai sobre o zika vírus na imprensa internacional.

“Afora esse caso específico do Chile, o quadro do turismo no Brasil está estável. Na Argentina também tivemos alguns adiamentos pontuais, mas não é nada que fuja do normal”, explica Vinicius Lummertz, presidente da Embratur. Para ele, os dados levantados até agora mostram que não há motivo para temer uma debandada de turistas nas Olimpíadas do Rio. A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) segue a mesma linha da declaração de Lummertz. Para eles, com exceção de casos pontuais de cancelamento, o turismo no Brasil não foi afetado e, por enquanto, a principal orientação é explicar para o turista como se prevenir de picadas do Aedes aegypti.

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