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Editoriais
São da responsabilidade do editor e transmitem a visão do diário sobre assuntos atuais – tanto nacionais como internacionais

Um respiro para os refugiados

Os 60 países reunidos em Londres concordaram com uma generosa ajuda para os deslocados

Vários refugiados cruzam a fronteira da Macedônia para a Sérvia.
Vários refugiados cruzam a fronteira da Macedônia para a Sérvia.GEORGI LICOVSKI (EFE)

Como disse o primeiro-ministro britânico, David Cameron, o dinheiro não é a solução para a grave crise dos refugiados sírios, mas ajuda a salvar vidas. Pela primeira vez em muitas semanas, é preciso celebrar uma boa notícia em relação a essa crise que põe à prova a solidez da coesão europeia. Diferentemente do ano passado, quando mal se conseguiu cobrir 43% do dinheiro solicitado pela ONU, desta vez os 60 países reunidos em Londres na conferência destinada a arrecadar fundos para os deslocados se comprometeram a dar quase 9 bilhões de euros (39,2 bilhões de reais).

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Conscientes de seu fracasso por não conseguirem chegar a acordo sobre um mecanismo conjunto de gestão da política de asilo, desta vez eles foram suficientemente generosos para aliviar de forma substancial a situação deplorável dos 4,6 milhões de refugiados que se encontram no Líbano, Turquia e Jordânia. Isso é indispensável se se quer evitar que iniciem um êxodo desesperado rumo à Europa, onde sabem que pelo menos poderão receber comida e, no caso das crianças, educação. Por isso é urgente que uma parte da ajuda seja canalizada para garantir a escolarização dos menores.

O acordo de ajuda humanitária foi acertado um dia depois da suspensão, até 25 de fevereiro, das negociações de paz de Genebra. A perspectiva de um acordo de paz ainda é remota, por isso é difícil que os 13,5 milhões de deslocados pelo conflito possam voltar para casa. Diante disso, é de vital importância oferecer condições de vida dignas e meios para a educação e a inserção dos refugiados no mercado de trabalho em outros países. A linha de crédito de 35 bilhões de euros aprovada para que os países limítrofes de acolhida possam criar postos de trabalho trará benefícios não só para os refugiados, mas também para a sociedade que os acolhe.

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