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Cruz Vermelha dos EUA recomenda que pessoas evitem doar sangue após visitar áreas com zika

No Brasil, o epicentro do surto de zika, a recomendação já vale. País registrou dois contágios desta forma

Um trabalhador fumiga um carro, ontem no Brasil.
Um trabalhador fumiga um carro, ontem no Brasil.UESLEI MARCELINO (REUTERS)
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A Cruz Vermelha dos Estados Unidos pediu aos doadores de sangue que tiverem visitado áreas afetadas pelo zika vírus que esperem pelo menos 28 dias antes de doar sangue, apesar de o risco de transmissão da doença durante transfusões ser considerado extremamente baixo nos EUA.

No Brasil, orientação similar foi dada em 22 de dezembro, após se confirmar a transmissão do vírus por meio de uma transfusão de sangue, no Estado de São Paulo. O Governo brasileiro pediu que, em Estados onde a circulação do vírus não havia sido detectada, pessoas que viajaram para Estados com a circulação do zika não doassem sangue por até 30 dias. A orientação foi dada porque não há, até o momento, testes em larga escala que possam identificar a presença do vírus no sangue.

Além disso, o Governo brasileiro também se recomendou que pessoas com sintomas indicativos do vírus (febre, manchas no corpo, coceira, por exemplo) não possam doar sangue por até seis meses depois da cura. Se um paciente apresentar os sintomas depois da doação, ele deve ligar para o hemocentro e avisar. Na última terça-feira, Campinas (no interior de São Paulo) confirmou um novo caso de transmissão de zika por sangue doado. A vítima, de uma cidade vizinha, teve politraumatismo e apresentou queda nas plaquetas, o que causou a desconfiança de uma infecção viral. Ele acabou morrendo, mas não por conta do zika, de acordo com o governo local. O doador só apresentou sintomas depois de fazer a doação, mas não avisou o hemocentro da Unicamp, onde fez a doação.

A Cruz Vermelha dos EUA decidiu fazer o alerta depois que autoridades de Dallas (Texas) anunciaram a detecção do primeiro caso de contaminação do zika vírus por via sexual. O paciente foi infectado nos EUA “após manter contatos sexuais com um indivíduo doente que havia retornado de um país [a Venezuela] onde o zika vírus está presente”, segundo nota do Serviço de Saúde do Condado de Dallas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou na segunda-feira uma emergência sanitária internacional por causa da suspeita de que o zika vírus esteja associado a um aumento de casos de microcefalia e outros problemas neurológicos em bebês nascidos nas últimas semanas na América Latina. Essa correlação, por enquanto, é apenas estatística, já que não foi diretamente confirmada.

No Brasil, as autoridades sanitárias aumentaram para 4.783 o número de casos notificados de bebês nascidos com microcefalia. Destes, 3.670 casos suspeitos estão em investigação e 709 já foram descartados Até agora, 404 casos foram confirmados.

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