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Facebook e Instagram proíbem venda de armas

Medida, que impede transações entre particulares de armas sem registro, ocorre após pressão de Obama

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Silvia Ayuso
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A venda de armas pela Internet nos Estados Unidos tem que enfrentar um novo obstáculo: a rede social Facebook anunciou que desde sexta-feira está proibido o uso de suas páginas –e as do Instagram, sua plataforma de compartilhamento de fotos- para esse tipo de negociação entre particulares. A medida representa um passo a mais para o Facebook, que há dois anos já limitava o uso de suas redes para a venda de armas. Responde também à pressão do Governo de Barack Obama (EUA) e de grupos que defendem maior controle sobre o acesso a armas, como a organização Everytown. 

Embora o Facebook e o Instagram não permitam realizar a venda direta, nos últimos anos suas redes vinham sendo cada vez mais utilizadas tanto por empresas de armas quanto por pessoas físicas para anunciar seus produtos e permitir o contato para possibilitar o fechamento da negociação. Desde 2014 a plataforma proíbe expressamente que as pessoas físicas incluam avisos como “não é necessário atestado de antecedentes” para a negociação de armas.

A partir de agora, a proibição é estendida para impedir “que as pessoas usem o Facebook para oferecer e combinar vendas particulares de armas de fogo”, conforme disse ao EL PAÍS, por e-mail, um porta-voz da empresa. A proibição, no entanto, não atinge os vendedores autorizados de armas, que poderão continuar usando o Facebook e o Instagram para anunciar seus produtos, desde que a venda final seja feita fora das plataformas, explica a empresa, que passa assim a aplicar às armas as mesmas proibições vigentes para a venda de maconha, remédios e drogas ilegais em suas redes.

O Facebook menciona a necessidade de “atualizar” suas políticas e práticas conforme evolui e se amplia o uso das redes sociais em cada vez mais aspectos, mas não faz nenhuma referência a questões políticas para esta mudança em suas regras. 

Mas o momento escolhido não é acidental: há menos de um mês o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, lançou uma nova ofensiva para tentar controlar minimamente a violência com uso de armas. No centro da nova série de ações executivas que estabeleceu há medidas que dificultam a venda de armas pela Internet, uma das principais brechas aproveitadas por pessoas que não podem comprar —por antecedentes criminais ou histórico de problemas mentais— uma arma com registro numa loja. Algumas horas antes do anúncio do Facebook, na noite de sexta-feira, a organização Everytown for Gun Safety, surgida depois da chacina de 20 crianças e 6 adultos em Newtown, Connecticut, em dezembro de 2012, tinha publicado um relatório mostrando que as plataformas digitais, entre elas o Facebook, permitem o comércio não regulamentado de armas no Estado de Nevada. A Everytown considerou uma “vitória” a decisão do Facebook.

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