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Primeira Liga: uma derrota histórica para a CBF

Entidade perdeu queda de braço com os clubes, voltou atrás e liberou o campeonato

Caboclo (esq.), Del Nero e Feldman, da CBF.
Caboclo (esq.), Del Nero e Feldman, da CBF.Rafael Ribeiro (CBF)
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Três dias depois de proibir a realização da Primeira Liga, a competição alternativa dos clubes aos campeonatos organizados pela CBF, a confederação perdeu a queda de braço: voltou atrás e liberou a realização do torneio. Na quinta-feira, a entidade divulgou nota explicando a decisão de avalizar a competição com algumas considerações sobre os jogos, que serão disputados em meio aos Campeonatos Estaduais. A medida, porém, é uma derrota histórica para a CBF e, por consequência, para a FERJ (Federação Estadual do Rio de Janeiro), presidida por Rubens Lopes, principal opositor da Liga por causa da participação de Flamengo e Fluminense em uma competição fora de sua jurisdição.

O sucesso da rodada inicial da Primeira Liga foi fundamental para a derrota das duas entidades. Os seis jogos tiveram médias de público muito superiores às dos Estaduais. Além disso, a legislação estava a favor do campeonato. Os artigos da 16 e 20 da Lei Pelé permitem que os clubes participem de ligas nacionais ou regionais sem a autorização prévia da CBF e de federações até 31 de março, dia da final da Primeira Liga. Enfraquecida politicamente, a confederação não teve outra alternativa a não ser ceder. Em comunicado intitulado “Acordo entre CBF, federações e clubes”, divagou sobre a intenção de harmonizar o futebol brasileiro, confirmou que pretende incluir a Primeira Liga no calendário oficial a partir de 2017, considerou a edição de 2016 como um torneio amistoso e, por fim, reconheceu o nocaute: “Aprovar, com a devida anuência das federações estaduais envolvidas, a realização de jogos amistosos entre os clubes participantes, no ano de 2016, sem prejuízo da observância das leis, regulamentos e estatutos aplicáveis. A CBF, em parceria com as federações e os clubes, será a responsável por adequar a tabela da competição ao calendário do futebol brasileiro e fornecerá o suporte necessário através de seus órgãos técnicos para a devida oficialização da Copa Sul Minas Rio em 2017”.

Depois de viver 2015 como o pior ano de sua história, com a prisão do presidente José Maria Marín no exercício da função e indiciamento de seu sucessor, Marco Polo Del Nero, que se licenciou do cargo, o ano de 2016 começa para a CBF com uma mostra de que os clubes podem e conseguem se organizar sem a participação da combalida entidade que comanda o futebol no país. A segunda rodada da Primeira Liga está marcada para os dias 6 e 17 de fevereiro, mas o calendário pode sofrer alterações para que Flamengo, Fluminense, Atlético-MG, Cruzeiro, América-MG, Grêmio, Internacional, Coritiba, Atlético-PR, Criciúma, Avaí e Figueirense joguem a Liga e os Estaduais com seus melhores jogadores descansados.

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