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El Cholo Iván: o temível braço direito de El Chapo Guzmán

Chefe dos pistoleiros do Cartel de Sinaloa mantinha uma disputa na região norte do Estado contra um grupo de criminosos do Cartel dos Beltrán Leyva

Cartaz de procurado do Cholo Iván.
Cartaz de procurado do Cholo Iván.La Pared Noticias

El Cholo Iván, identificado pelo Ministério Público mexicano como Orso e/ou Iván Gastelum, era um temível chefe dos pistoleiros do cartel de Sinaloa, incluído pelo Governo federal na sua lista de 122 alvos prioritários. Foi capturado enquanto protegia o seu chefe, Joaquín El Chapo Guzmán, em Los Mochis. O pistoleiro estava encarregado de disputar a região norte do Estado de Sinaloa com o cartel rival, encabeçado por uma célula dos irmãos Beltrán Leyva.

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Assim como seu chefe, havia fugido de uma prisão. Em agosto de 2009, Gastelum escapou de um centro de reinserção social em Culiacán, a capital de Sinaloa, enquanto os outros presos do local celebravam uma festa com música norteña. Estava preso desde 2005 por crimes contra a saúde e delinquência organizada. Desde então, as autoridades vinham empreendendo uma busca que, até sexta-feira, havia sido infrutífera.

Em novembro de 2012, soldados do Exército estiveram prestes a detê-lo, mas nesse confronto acabaram matando a namorada dele, uma miss local chamada María Susana Flores. Segundo as autoridades, durante esse tiroteio a jovem de 22 anos desceu, de arma na mão, de um dos automóveis nos quais se deslocava com os pistoleiros. A imprensa local registrou depoimentos segundo os quais Flores não chegou a atirar, mas promotores asseguraram que os testes com a substância rodizonato de sódio indicavam que ela havia de fato acionado a arma. Na ocasião, El Cholo Iván conseguiu fugir novamente.

O pistoleiro apaixonado se encarregou de negar a versão das autoridades. Segundo sua teoria, os militares mataram Flores porque não conseguiram abatê-lo. Um ano depois, no aniversário de morte dela, apareceram faixas e panfletos nos municípios de Culiacán, Salvador Alvarado (Guamúchil) e Mocorito com mensagens denunciando que o general Antonio Gurrola Calzada, ex-chefe da nona zona militar, em Sinaloa, era o responsável pela morte da miss. “General Gurrola, você se apavorou e matou María Susana Flores, e ainda continua matando gente inocente... Atenciosamente, Cholo Iván.”

O guarda-costas de El Chapo mantinha uma disputa na região norte do Estado contra um grupo criminoso encabeçado por Isidro Meza Flores, conhecido como El Chapito Isidro, um narcotraficante que trabalha para o Cartel dos Beltrán Leyva. Alguns dos municípios envolvidos na disputa, na qual houve mortos de ambos os lados, eram Ahome (Los Mochis), Guasave, El Forte e Choix.

As acusações entre os dois capos se intensificaram. Em maio de 2013, panfletos com imagens de Gastelum foram atirados de helicóptero sobre Guasave, Mocorito e Culiacán, acompanhados de uma mensagem em que ele era chamado de “homicida, ladrão, sequestrador, achacador, pistoleiro e narcovarejista”. O texto também pedia aos cidadãos que apresentassem uma denúncia anônima. O Ministério Público e o Exército se dissociaram do fato. Dias depois, veio o contra-ataque. Em dezenas de faixas penduradas em Guamúchil, de onde era oriunda a miss assassinada, El Cholo Iván acusou novamente o general Gurrola de ser o responsável pelos panfletos contra si e questionou por que não enchiam a cidade também com fotos do Chapito Isidro. “Já era sabido de qual lado eles estão”, recriminou. Meses antes, havia acusado os militares de estarem mancomunados com o Cartel de Flores Meza.

Os confrontos entre os homens comandados por Gastelum e os soldados prosseguiram. No final de 2013, após o confronto aberto que mantinham com o comandante Gurrola, os líderes do Cartel de Sinaloa decidiram enviar o seu pistoleiro-mor a Culiacán. A tarefa encomendada a ele era se encarregar do cordão de segurança em torno de El Chapo Guzmán,segundo o site noticioso La Pared, especializado em assuntos do narcotráfico. Nesta sexta-feira, Gastelum foi finalmente capturado.

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