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Zidane é ar fresco no Real Madrid

Francês estreia hoje contra o La Coruña com a missão enterrar as vaias

Eleonora Giovio

Pode ser que não saiba onde se meteu, embora diga que sim, mas Zinedine Zidane irradia esperança e felicidade. A magia que levou ao primeiro treinamento à frente do Real Madrid no Dia de Reis continua no ar e parece não se desvanecer nunca. O clube precisava disso, em plena inércia, moribundo apesar das vitórias, sem ganas de jogar – ou pelo menos transmitia isso–, sem saber sequer para que jogava, e vaiado por seu público dia sim e no outro também. “O que eu quero é que a partida comece já”, dizia Zidane na sexta-feira, ansioso por iniciar seu caminho no banco de reservas branco e demonstrar que o que viu estes dias –“uma equipe concentrada, empenhada, que quer fazer as coisas bem e que trabalha com intensidade”– é de verdade, e não fruto de alucinações.

O sorriso de Zidane em sua primeira coletiva de imprensa.
O sorriso de Zidane em sua primeira coletiva de imprensa.GERARD JULIEN (AFP)

Na tarde deste sábado recebe o Deportivo La Coruña (17h30, horário de Brasília) com a missão de seduzir o Bernabéu, enterrar as vaias, frear a sangria de gols (a equipe sofreu 14 nas últimas oito partidas, em comparação com as quatro das dez primeiras rodadas) e fazer com que o Real jogue como equipe e todos defendam.

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Para isso não renunciará a jogar com Bale, Benzema e Cristiano. “Quando não temos a bola, vamos trabalhar com todos, essa é a minha ideia e essa é a mensagem que transmiti. Não se pode ter um, dois ou três jogadores que não defendam. Quando temos a bola, vamos jogar. A melhor maneira de não defender é ter a bola” analisou Zidane na sexta-feira, na sala de imprensa de Valdebebas.

“Isto é outra dimensão”

Na segunda-feira estava preparando a partida do Castilla, na Segunda B, e na tarde deste sábado se sentará no banco do Bernabéu. Já o fez, ao lado de Ancelotti, como ajudante. Mas uma coisa é dar uma mão e outra, mandar e assumir responsabilidades. “Isto é outra dimensão”, disse na sexta-feira, fazendo todos sorrirem em mais de uma ocasião. Em seus anos madrilenhos, pegou o jeito de falar “sabes?” no final de cada resposta.

Que diferença notou nesses três dias desde sua época de segundo treinador?, perguntaram a ele. “Hoje sou o principal responsável, mas há dois anos com Carlo (Ancelotti) tinha a confiança total dos jogadores e me senti muito bem. Via, enxergava, observava e estava calado, tinha interesse em ficar assim. Falava de vez em quando sozinho com eles e fazia trabalho individual com alguns depois dos treinamentos”, respondeu.

Agora manda. Além do mais, faz isso convencido de que é impossível que as coisas saiam mal com uma equipe de tamanha qualidade e tanta vontade de trabalhar. Disso falou Zizou, segundo contou sexta-feira, a sós com Benzema. “Eu disse a Karim: ‘Minha nossa, que qualidade vocês têm!’. Não perdem a bola, quando estamos com a posse é difícil tirarem-na, temos uma qualidade tremenda. É um prazer vê-los de fora”, confessava.

O grupo está risonho como não se via desde a época de Ancelotti. “Espero ter algo a ver com a equipe estar alegre”, brincou Zidane na sexta-feira. “Estou feliz, contente, e me sinto forte. Vamos com tudo”, prosseguiu, pedindo o apoio da torcida, que nesta temporada só lotou o Bernabéu em duas ocasiões (contra o Barcelona e o PSG) “O que eu quero do público é apoio total. Vamos lhes dar alegrias. Quero que as pessoas desfrutem do futebol e de sua equipe”, afirmou.

Disse que dormiria uma noite tranquila porque o treinamento tinha sido bom. Os jogadores estão convocados para este sábado às 11h30. Da lista ficaram fora Kovacic (suspenso), Nacho, Arbeloa e Cheryshev.

Há algo nessa nova aventura que o preocupe? Perguntam a Zidane, que pensou um pouco antes de responder. “No momento, não. Sei onde estou, sei que é um cargo muito complicado, mas acredito que estou preparado e isso é o mais importante, porque quando você está preparado, o resto vem sozinho.”

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