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Trump usa imagens de Marrocos para ilustrar a fronteira entre EUA e México

Pré-candidato republicano reacende polêmica no primeiro anúncio de TV da sua campanha

Silvia Ayuso

Um dos lemas da campanha de Donald Trump à Casa Branca é a linha-dura contra a imigração ilegal através da fronteira dos Estados Unidos com o México. E esse tema foi retomado no primeiro vídeo eleitoral do pré-candidato, no qual aparecem imagens de um numeroso grupo de pessoas correndo por uma faixa de terra até chegar a uma cerca alta.

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Trump “freará a imigração ilegal construindo um muro em nossa fronteira sul, a ser pago pelo México”, diz o locutor. Mas as pessoas mostradas não são imigrantes sem documentados latino-americanos, e as imagens não foram feitas na fronteira sul dos EUA, e sim a milhares de quilômetros –concretamente, na fronteira de Melilla (Espanha) com Marrocos. São imagens divulgadas pelo Governo espanhol em 2014, amplamente reproduzidas na época pela imprensa europeia, em meio à polêmica pela decisão de Madri de reinstalar cercas altas e rolos de arame farpado para impedir a entrada de imigrantes em Melilla, cidade espanhola encravada no continente africano.

A armação de Trump foi rapidamente descoberta pelo site norte-americano Politifacts, que se dedica a investigar dados e declarações de políticos dos EUA. A campanha de Trump se apressou em responder que o erro, apesar de não explicado no vídeo, foi proposital.

“O uso dessas imagens foi intencional, e [o vídeo] foi escolhido para demonstrar o grave impacto de uma fronteira aberta e a ameaça muito real que os norte-americanos sofrerão se não construírem imediatamente um muro e detivermos a imigração ilegal”, disse Hope Hicks, chefe de comunicação da campanha de Trump, em nota enviada ao EL PAÍS. Para a equipe do magnata que virou político, “os meios de comunicação tendenciosos não entendem isso, mas os norte-americanos que querem proteger seus empregos e suas famílias entendem”.

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