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Investigação confirma a pista islâmica na chacina de San Bernardino

Autora dos ataques jurou lealdade ao Estado Islâmico em mensagem do Facebook

Pablo Ximénez de Sandoval
Objetos achados na casa dos autores de ataque em San Bernardino.
Objetos achados na casa dos autores de ataque em San Bernardino.AFP

Tashfeen Malik, a mulher de origem paquistanesa que participou da matança de 14 pessoas na quarta-feira em San Bernardino, Califórnia, escreveu uma mensagem no Facebook na qual expressou sua lealdade ao grupo terrorista Estado Islâmico (EI), que age no Iraque e na Síria. O dado foi revelado na manhã de sexta-feira por fontes federais (FBI) da investigação citadas pela Associated Press, CNN e The New York Times. O agente afirmou que trabalham com a hipótese de que os agressores tenham se radicalizado pela Internet. O FBI anunciou que está investigando o ataque como “um ato de terrorismo”.

Os investigadores estão a mais de 24 horas revisando todo o material informático encontrado na casa do bairro de Redlands onde morava com seu marido, Syed Farook. A reconstrução desse material é fundamental para saber qual foi o motivo para o assassinato a sangue frio, pois até agora todos os que conheceram Farook afirmaram que era uma pessoa reservada, mas normal. Não apareceu ninguém que afirme tê-la conhecido. Os dois são os principais suspeitos de entrar na quarta-feira em uma festa de Natal de funcionários do condado com armas de fogo, máscaras e vestidos com roupas camufladas. Em outro tiroteio foram mortos pela polícia em plena rua quando tentavam fugir.

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A mensagem em questão que está sendo analisada foi escrita sob um pseudônimo, segundo os investigadores, e apagada pouco antes do ataque de quarta-feira. Nessa conta do Facebook, a mulher expressa sua admiração pelo Estado Islâmico. Farook, por sua vez, entrou em contato virtual com extremistas.

Nas primeiras horas após o massacre, que também deixou 21 feridos, várias informações levavam a crer que não se tratava de um tiroteio como os demais. Primeiro, que era uma equipe de pelo menos duas pessoas. Segundo, o envolvimento de uma mulher, algo incomum nos tiroteios dos Estados Unidos. E terceiro, o grau de preparação do ataque. Os assassinos deixaram até mesmo bombas que deveriam ser ativadas por controle remoto, mas falharam.

Pelos relatos de quem os conheceu e a investigação, se sabe que Farook, cidadão norte-americano de 28 anos, conheceu Malik, paquistanesa de 27, pela Internet. Após uma viagem à Arábia Saudita para realizar a peregrinação da religião islâmica, os dois entraram novamente no país em julho de 2014, ela com visto como sua noiva. Eles se casaram no mês seguinte em Riverside, Califórnia. Tiveram uma filha há seis meses. Na quarta-feira feira a deixaram com a avó.

O casal vivia em uma casa geminada de classe média em Redlands, no subúrbio de San Bernardino, 100 quilômetros a leste de Los Angeles. É um bairro tranquilo, de famílias de classe média de diversas origens. Farook e Malik guardavam um arsenal de 5.000 balas em sua garagem, além de 12 bombas caseiras e material para fabricar mais.

A pista islâmica já era uma possibilidade desde o primeiro dia, mas todos os níveis de investigação (polícia, xerife e FBI) e a maioria dos líderes políticos tiveram muito cuidado em não apontar ao motivo religioso na matança.

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