Ataque mata três pessoas em uma base militar da ONU em Mali
Homens armados explodiram vários foguetes no local
Pelo menos dois soldados da ONU e um civil foram mortos, e cerca de 20 pessoas ficaram feridas na madrugada deste sábado em um ataque conduzido por um grupo de homens armados contra a base da missão de paz da ONU em Mali (Minusma), na cidade de Kidal, no norte do país. Os mortos são dois soldados da Guiné que faziam parte da missão e um civil. Pelo menos quatro projéteis atingiram o interior da base durante o ataque.
O incidente ocorreu por volta das 4h da madrugada no horário local, como foi confirmado por Olivier Salgado, porta-voz da Minusma. Entre os 20 feridos, pelo menos quatro estão em estado grave e estão sendo transferidos em meio a um forte esquema de segurança. O representante especial para Mali do secretário-geral da ONU, Mongi Hamdi, afirmou: "Estes ataques não vão minar a determinação das Nações Unidas de apoiar o povo do Mali e o processo de paz".
Desde sua criação em 2013, o Minusma tornou-se uma das missões da ONU com mais vítimas fatais, cerca de 60, pois é alvo constante de ataques por parte de vários grupos armados que operam no norte do Mali, tanto jihadistas quanto facções rebeldes que disputam o território. Essa missão conta com mais de 11.000 funcionários uniformizados, espalhados principalmente por quatro regiões, Gao, Kidal, Timbuktu e Mopti.
A violência se intensificou nos últimos meses no norte do país, onde incidentes violentos continuam apesar da assinatura dos acordos de paz em junho deste ano. A ameaça vem de criminosos que atacam civis, de grupos armados que exigem a independência do norte do Mali, agrupados no Movimento de Coordenação de Azawad, e de grupos jihadistas que atacam tanto o Exército do Mali quanto as forças de paz.
Mali está em estado de emergência desde 20 de novembro, quando um ataque terrorista contra o hotel Radisson Blu, na capital Bamako, matou 20 pessoas, entre clientes, funcionários, além dos dois terroristas. Esse atentado foi assumido por dois grupos radicais, o Al Murabitun, aliado da Al Qaeda, e pela Frente de Libertação de Macina. Na sexta-feira, houve duas prisões de suspeitos acusados de colaborar no atentado.