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Bélgica procura homem que foi visto com Abdeslam, o terrorista fugitivo

França suspeita que alguns dos terroristas que atacaram em Paris queriam fazer outros atentados

Bruxelas / Paris -
Mohamed Abrini, de 31 anos, em fotografia cedida pela polícia belga.
Mohamed Abrini, de 31 anos, em fotografia cedida pela polícia belga.EFE

As autoridades belgas emitiram nesta terça-feira uma ordem internacional de prisão contra Mohamed Abrini, de 31 anos. Abrini foi visto dois dias antes dos ataques terroristas de Paris com o terrorista fugitivo Salah Abdeslam em um posto de gasolina em Ressons (França), na autoestrada em direção a Paris, conforme informação da promotoria federal belga. Ambos estavam a bordo de um Renault Clio.

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Abrini vive em Molenbeek, de acordo com fontes da prefeitura desse distrito de Bruxelas, e está diretamente relacionado com os atentados de Paris e outros ataques terroristas no passado. "É perigoso e provavelmente está armado", segundo a promotoria, que divulgou uma fotografia e pediu a colaboração dos cidadãos para identificá-lo.

As autoridades belgas mantêm na prisão cinco suspeitos acusados de participação em atividades terroristas, depois das macro operações policiais dos últimos dias em Bruxelas, Charleroi e Liège. Abdeslam, apesar desse dispositivo, continua foragido. Nas horas posteriores ao atentado, ele foi identificado em um controle em Cambrai, em seu caminho de volta a Bruxelas, mas não foi preso: sua identidade ainda não estava relacionada aos ataques.

A operação em Saint-Denis evitou um massacre

A França suspeita que alguns dos terroristas que atacaram em Paris no dia 13 de novembro planejavam se explodir seis dias depois em La Défense, no noroeste da capital. De acordo com os dados de que dispõe o procurador de Paris, François Molins, os jihadistas que se refugiaram em um apartamento em Saint-Denis, no norte da cidade, planejavam um novo ataque no dia 18 ou 19 de novembro. O assalto da polícia ao referido apartamento, realizado na manhã do dia 18, teria evitado um novo massacre.

No apartamento invadido a polícia encontrou uma pistola, granadas e dois cintos de explosivos. Os três jihadistas ali refugiados morreram no ataque. Entre eles, o próprio Abaaoud e sua prima Hasna Ait Boulahcen, que, segundo Molins, foi a encarregada de procurar o apartamento e estava ciente de que seus companheiros tinham realizado as matanças.

O homem que alugou o apartamento, Jawab Bendaoud, foi colocado à disposição da justiça por colaborar com o grupo terrorista. A promotoria acusa Jawab Bendaoud de pertencer a uma associação de malfeitores que projetava um crime de terrorismo e de posse de produtos incendiários, explosivos e armas. Ele está em prisão condicional.

Uma das novidades reveladas por Molins é que Abaaoud provavelmente voltou à sala de espetáculos Bataclan, onde os terroristas mataram 89 pessoas, algumas horas depois do atentado, quando a polícia ainda estava na área. A promotoria pôde seguir os dados de geolocalização do jihadista graças ao telefone celular dele. A investigação também mostra que Abaaoud foi um dos homens que metralhou vários restaurantes que tinham mesas na calçada. Seu DNA foi encontrado em um dos veículos utilizados pelos jihadistas.

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