_
_
_
_
_

México se prepara para o pior furacão da sua história

ONU compara Furacão Patrícia ao tufão Haiyan e diz que efeitos podem ser “catastróficos”

E. R. M.
Moradores de Puerto Vallarta blindam janelas.
Moradores de Puerto Vallarta blindam janelas.U. R. B. (EFE)

O furacão Patricia se transformou, em menos de 24 horas, num pesadelo para o México. O fenômeno sem precedentes tem ventos de 325 quilômetros por hora, capazes de mover um automóvel e desviar a rota de um avião. O Governo anunciou a evacuação de 50.000 pessoas, entre eles 10.000 turistas. Na noite de quinta-feira ele chegou à categoria 5 (máxima) da escala Saffir-Simpson, suficiente para superar as estatísticas de qualquer outro fenômeno meteorológico já ocorrido no país. Espera-se que o furacão chegue nesta sexta-feira, entre 19h e 21h (horário de Brasília), à costa central do Estado de Jalisco, e é provável que ainda se intensifique antes de tocar a terra.

Mais informações
Encontrado um ‘narcotúnel’ operado por cartel de Chapo
“O populismo adormece, corrompe e degrada o espírito público”
Justiça psicótica no México
Presos os comparsas de Chapo Guzmán que o ajudaram a fugir

A Organização Meteorológica Mundial (OMM), um órgão da ONU, alertou que o Patricia é o furacão mais forte já registrado no Pacífico e que seus efeitos são “potencialmente catastróficos”. A agência considera que, por sua magnitude, o Patricia só seria comparável ao tufão Haiyan, que devastou as Filipinas em 2013, matando 6.300 pessoas.

O diretor-geral da Comissão Nacional de Águas (Conagua) do México afirmou que o furacão poderia “levantar automóveis e casas que não estiverem cimentadas com vergalhões de aço, além de arrastar transeuntes nas ruas”. O olho do furacão tem um diâmetro de 18 quilômetros.

A previsão dos meteorologistas é que em 48 horas chova o equivalente a 40% de um ano nos Estados afetados, e não se descarta a interação do furacão Patricia com o frente frio número 8, que desce pelo norte do México, segundo comunicado da Conagua, acrescentando que há risco de inundações e deslizamentos de terra.

No começo da manhã (hora local), o centro do Patricia se encontrava cerca de 235 quilômetros ao sul de Manzanillo, no Estado de Colima, com ventos máximos regulares de 325 quilômetros por hora, rajadas de até 400 quilômetros por hora e deslocamento para noroeste a 19 quilômetros por hora.

A Conagua informa sobre o risco de trombas d’água em alto-mar, redemoinhos e tornados momentos antes da chegada do furacão ao continente. As ondas poderiam alcançar 12,5 metros na costa central de Jalisco e 8 metros nos Estados de Michoacán e Colima. Nayarit, Guerrero, Sinaloa e Baixa Califórnia do Sul também terão ondas fortes, de até 3,5 metros.

Foram suspensos os voos para Puerto Vallarta, na costa de Jalisco, um dos pontos turísticos mais importantes do Pacífico mexicano. O secretário de Governo (Casa Civil), Miguel Angel Osorio Chong, pediu aos habitantes das zonas afetadas que “tomem medidas extremas” e anunciou que os pedágios das estradas serão suspensos para facilitar a retirada. Estima-se que haverá mais de 50.000 desabrigados nos seis Estados afetados.

Uma das desocupações mais urgente é a da população que vive perto das encostas do vulcão Colima: “Temos aí a preocupação com o possível desprendimento de blocos de cinza que a erupção de julho deixou", disse o coordenador-general de Defesa Civil, Luis Felipe Puente. Cerca de 8.000 famílias devem ser transferidas nessa área.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_