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Brasil despenca 18 posições e passa ao 75º lugar em competitividade

Segundo o Fórum Econômico Mundial, país retrocedeu em 9 dos 12 indicadores estudados

Jesús Sérvulo González
A Avenida Paulista, em janeiro deste ano.
A Avenida Paulista, em janeiro deste ano. Rafael Neddermeyer (Fotos Públicas)

O Fórum Econômico Mundial divulgou nesta terça-feira seu prestigiado Relatório da Competitividade Global 2015-2016, um dos estudos mais detalhados sobre a capacidade dos países para competir globalmente. E o Brasil foi um dos países que registraram a maior queda neste ranking de competitividade: despencou 18 posições, caindo do 57º para o 75º lugar, em uma lista de 140 países. Suíça, Cingapura, Estados Unidos, Alemanha e Holanda lideram a classificação.

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A edição deste ano do relatório encontrou uma correlação entre os países altamente competitivos e os que resistiram bem à crise econômica mundial ou tiveram uma rápida recuperação. O documento explica que “o fracasso, sobretudo nos mercados emergentes, em melhorar a competitividade durante os anos de recessão sugere que as futuras crises da economia mundial poderiam ter consequências profundas e prolongadas”.

Nesse ponto, o documento explica que o fim do superciclo das matérias-primas afetou fortemente a América Latina e isso está repercutindo no crescimento da região. Para desenvolver resistência contra crises futuras é necessário um forte impulso nas reformas estruturais, além de aumentar o investimento em infraestrutura, formação e inovação, diz. O Chile, em 35º lugar, é o mais bem colocado da região, seguido por Panamá (50º) e Costa Rica (52º). Duas grandes economias latino-americanas, Colômbia e México, melhoram suas posições para 61º e 57º lugar respectivamente.

Outras nações latino-americanas, no entanto, ocupam posições ainda piores que a do Brasil: o Equador ficou em 76º lugar, a Argentina em 106º, a Bolívia em 117º, o Paraguai em 118º e a Venezuela em 132º (apenas duas posições na frente do Haiti).

Mais dados sobre o Brasil

O estudo analisa 12 indicadores como a qualidade das instituições, o nível da infraestrutura, o clima empresarial, a educação, o preparo tecnológico e a inovação, assim como variáveis relacionadas às esferas trabalhista e financeira de cada país. O Brasil retrocedeu em nove desses indicadores e melhorou em apenas três deles: tamanho do mercado (subiu do nono ao sétimo lugar); infraestrutura (do 76º ao 74º lugar) e prontidão tecnológica (58º ao 54º lugar).

No entanto, o mesmo relatório mostra que o Brasil também despencou no quesito Ambiente Macroeconômico, do 85º ao 117º lugar. Mais dados: o país caiu 27 posições no ranking de Confiança das Instituições, do 94º ao 121º lugar, devido principalmente aos escândalos corrupção. As instituições privadas foram as mais afetadas: desabaram 38 posições e ocupam agora o 109º lugar. As instituições públicas tiveram uma queda de 18 posições e ocupam um posto ainda pior, o 122º lugar.

Com relação à educação, o Brasil está em 132º lugar entre os 140 países avaliados. E ocupa a posição 138 (penúltimo lugar) no índice relacionado ao efeito da taxação sobre o funcionamento dos mercados de bens e de trabalho.

Recuperação econômica na Europa e Espanha

“Na Europa”, diz o relatório que mede a produtividade e a prosperidade dos países, “Espanha, Itália, Portugal e França obtiveram importantes avanços no fortalecimento da competitividade. Graças aos pacotes de reformas para melhorar o funcionamento dos mercados”.

A Espanha, por exemplo, subiu duas posições, para o 33º lugar da lista de 140 países analisados. No entanto, o mesmo país perdeu posições no tocante a qualidade das instituições, infraestrutura, ambiente macroeconômico, saúde e ensino fundamental.

E isso apesar de estar entre os 10 melhores países do mundo em termos de infraestrutura, segundo o índice do Fórum Econômico Mundial. Precisamente o ambiente macroeconômico é um dos capítulos em que a Espanha obteve a pior nota, ao ocupar o 116º lugar devido aos grandes desequilíbrios de dívida pública, déficit, dívida externa, entre outros.

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