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O primeiro casamento gay da Polícia Nacional da Espanha

Chema e Jonathan, dois policiais, se casaram no sábado na Real Escola Andaluza Espanha aprovou o casamento entre pessoas do mesmo sexo há dez anos

Patricia Ortega Dolz
Os noivos beijam-se depois da cerimônia.
Os noivos beijam-se depois da cerimônia.

Eles são colegas e membros do Corpo Nacional de Polícia, da Espanha. Depois de cinco anos de relacionamento, casaram-se no sábado em uniforme de gala no Recreo na Cadenas da Real Escola Andaluza de Arte Equestre de Jerez de la Frontera. Chema, de Jerez, e Jonathan disseram o primeiro “sim” entre policiais do mesmo sexo: foi o primeiro casamento gay entre policiais na Espanha a ser publicamente conhecido.

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“Não seremos nós os primeiros gays nesta instituição, temos muitos amigos na polícia que também o são”, diz Chema em entrevista ao Canal Sur Radio, na qual garante que ele espera que isso contribua para conseguir a “normalização”.

Quando a regularização do casamento gay na Espanha acaba de completar 10 anos, e, embora eles não tivessem desejado dar publicidade ao casamento nem à cerimônia, as redes sociais os traíram e jornais como La Voz del Sur deram repercussão ao casamento depois dessa única entrevista concedida à rádio. “Nós não queremos que nos fotografem em trajes de gala porque não gostamos de nos exibir”, disse Chema, acrescentando que não deveria haver nenhuma diferença entre o casamento deles e o de qualquer outro casal.

Mas ele se dá por satisfeito “se isso servir para que as crianças que sofrem bullying na escola por causa de sua condição sexual... Vejam é algo normal, o sentimento está presente, e que ele se faça visível depende de quem quiser se dar conta do fato. Não é nada que tenhamos de esconder por pertencer a um grupo ou a outro”.

Chema e Jonathan, durante a cerimônia.
Chema e Jonathan, durante a cerimônia.

“Não foi uma flechada à primeira vista, foi um tiro à primeira vista”, brincou Chema, garantindo que conheceu Jonathan quando estava passando por um período ruim de sua vida, depois de um rompimento. A partir de então, começaram um relacionamento que se tornou casamento no sábado, dispostos a comemorar as bodas de ouro “e as de safira”, afirmaram os noivos.

Em todo caso, não renunciam a casar na igreja se ela chegar a aceitar o casamento entre homossexuais. Chema tem isso claro: “eu sim”. Ele afirma que é religioso, participa da Semana Santa e é um crente. O único problema seria convencer seu parceiro, que é “o agnosticismo em pessoa”.

Tampouco descartam adotar uma criança. “Está havendo mais consciência na hora da adoção”, diz Chema, que, no entanto, critica: “Os pais gays que adotam crianças são mais estigmatizados, mas não se chega a pensar na situação dos pais que abandonaram seus filhos. Parece que os maus são os pais gays que adotaram uma pessoa e não os pais que abandonaram esse filho”.

A lua de mel deles será uma viagem de costa a costa pelos Estados Unidos, de Seattle a San Diego.

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