_
_
_
_
_

Estado Islâmico destrói templo de Baal na cidade de Palmira, na Síria

Grupo usa dinamite para explodir um dos tesouros da cidade localizada na Síria

Milícias do grupo jihadista Estado Islâmico explodiram com dinamite o templo de Baal, na antiga cidade greco-romana de Palmira, na Síria, um dos mais bem preservados do complexo arqueológico. O chefe da Direção-Geral de Antiguidades e Museus da Síria, Maamun Abdulkarim, informou que os jihadistas usaram cargas explosivas colocadas no templo no domingo. Mas o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, uma organização com sede em Londres, disse que a destruição ocorreu há um mês, segundo a BBC.

Mais informações
Estado Islâmico decapita importante arqueólogo em Palmira
Como derrotar o Estado Islâmico
O Califado mantém seu poder de atração sobre muçulmanos radicais
A beleza de Palmira
Estado Islâmico ganha força depois das conquistas de Palmira e Ramadi
Palmira, cruzamento de impérios e fronteira de Roma
Estado Islâmico ameaça joia arqueológica de Palmira na Síria

Os jihadistas "colocaram uma grande quantidade de explosivos no templo de Baal hoje [domingo] e os detonaram, causando sérios danos ao templo", disse Abdulkarim à agência AFP. "A cela (parte interior do templo) foi destruída e as colunas em torno desabaram", acrescentou.

Moradores que haviam fugido da cidade informaram ao Observatório Sírio para os Direitos Humanos que os jihadistas haviam colocado explosivos no templo, mas a destruição teria ocorrido há um mês.

Esse seria o primeiro ataque contra essas ruínas da antiga cidade romana de Palmira, tomada por jihadistas em maio passado. "Temos dito repetidamente que a próxima fase será a de aterrorizar o povo e, quando tiverem tempo, destruir os templos. Estou vendo como Palmira está sendo destruída diante dos meus olhos. Que Deus nos ajude nos dias que virão", disse Abdulkarim. As ruínas da antiga cidade romana de Palmira foram declaradas Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.

Abdulkarim também afirmou que o grupo terrorista iniciou escavações para tentar encontrar ouro e outros tesouros na cidade. Há uma semana, o Estado Islâmico decapitou Khaled Asaad, arqueólogo-chefe de Palmira, que ficou detido por um mês e foi submetido a interrogatórios. Asaad trabalhou mais de 50 anos nessas ruínas e, de acordo com Abdulkarim, se recusou a revelar a localização de algumas peças valiosas aos terroristas. Diante da ameaça do Estado Islâmico, as autoridades sírias já haviam transferido centenas de estátuas a um lugar seguro, temendo que elas fossem destruídas pelos jihadistas, que rejeitam qualquer representação da figura humana.

Em junho, o Estado Islâmico destruiu duas mesquitas antigas na cidade de Palmira que, segundo eles, realizavam práticas pagãs e sacrilégios dentro de seus muros.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_