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Economia dos Estados Unidos volta a crescer no segundo trimestre

Recuperação do PIB reforça a ideia de que o Fed vai elevar juros antes do final do ano

Trabalhadores de uma fábrica da Ford em Kansas (EUA).
Trabalhadores de uma fábrica da Ford em Kansas (EUA).C. Riedel (AP)

A economia dos Estados Unidos se recuperou no segundo trimestre a uma taxa anualizada de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB), em comparação com um crescimento de 0,6% no começo de 2015. É meio ponto a menos do que o esperado por Wall Street. A recuperação, mesmo sendo mais modesta do que o esperado, sugere que a maior potência do planeta poderia aguentar um aumento nas taxas de juros antes do final do ano.

Os números do crescimento do segundo trimestre são especialmente importantes antes da reunião do Federal Reserve (Fed) em setembro. Existe a opção de que o banco central norte-americano realize o primeiro aumento da taxa em nove anos, embora precise de mais provas. Wall Street tinha definido como um critério para isso uma expansão de pelo menos 2,5%. Tudo que estivesse acima desse valor elevava as opções.

Trata-se, de qualquer forma, da primeira leitura, que está sujeita a duas revisões. O indicador começa a utilizar, além disso, um novo modelo mais refinado para calcular o avanço da atividade econômica que elimina a volatilidade em alguns componentes. Por exemplo, anteriormente aconteceu uma contração de 0,2% no primeiro trimestre, que teria sido a terceira desde o fim da crise. Os anos anteriores também foram submetidas a uma revisão.

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A forte contração de 2,1% que acompanhou as intensas nevascas no início de 2014 se transforma agora em um número negativo mais gerenciável de 0,9%. Mas, no geral, o crescimento médio entre 2012 e 2014 fica agora em 2,1%, 0,3% menos do que o estimado. Isto é explicado principalmente por recorte de 0,7% no crescimento de 2013, que agora ficou em um mero 1,7%, e o 2,4% para 2014 é mantido.

Entrando em detalhes, o consumo subiu para 2,9%, no segundo trimestre, contra 1,8% no primeiro. O aumento da contratação e a queda no preço da gasolina incentivam os gastos. Isso permite compensar, por sua vez, o problema enfrentado pela economia com o impacto de uma energia mais barata na indústria petroleira e da valorização do dólar no setor exportador. A habitação, enquanto isso, melhorou 6,6% e a contração do investimento empresarial diminuiu.

Alinhada com as previsões

A nova maneira de medir o PIB, no entanto, não muda muito a situação a longo prazo. A última previsão do Fed, publicada em junho, é de um crescimento de 2% para o conjunto de 2015 e um aumento de meio ponto percentual em 2016, ficando nesse patamar em 2017. É uma expansão que está abaixo do potencial, o que vai forçar a autoridade monetária a ir com cuidado.

Na sua decisão desta quarta-feira classificou a expansão de moderada, mas citou que o mercado de trabalho continua melhorando, com “sólidos” lucros ao lado da criação de empregos e menor desemprego. Também vê progressos no setor imobiliário. No entanto, não há um equilíbrio do lado da inflação, que continua classificando como “baixa” e isso leva a cautelas na hora de começar a encarecer o preço do dinheiro.

A expectativa, portanto, é que o crescimento continue em um ritmo sólido durante o segundo semestre de 2015 e isso daria a cobertura suficiente para que a equipe de Janet Yellen possa elevar as taxas de juros antes do final do ano. A presidenta do Fed disse há poucos dias no Congresso dos Estados Unidos que é uma “necessidade”. Mas afirmou que o encarecimento do dinheiro será, em todo caso, “gradual”.

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