_
_
_
_
_

Países do Mercosul aprovam entrada da Bolívia

Governos do Uruguai e Paraguai defenderam a necessidade de flexibilizar união aduaneira

Dilma Rousseff e Cristina Kirchner na cúpula do Mercosul.
Dilma Rousseff e Cristina Kirchner na cúpula do Mercosul.UESLEI MARCELINO (REUTERS)

Os países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela) assinaram na cúpula de Brasília um novo protocolo de adesão da Bolívia à união aduaneira. Agora só falta os congressos do Paraguai e do Brasil ratificarem o ingresso do sexto membro do bloco.

Mais informações
Mercosul pressiona União Europeia para avançar com acordo bilateral
Uma região invertebrada, por Carlos Pagni
Mercosul reconhece o impacto da queda do preço do petróleo

O acordo tinha sido firmado em 2012, mas faltava o endosso do Paraguai, suspenso do bloco por causa da destituição do presidente Fernando Lugo, o que foi considerado uma violação da cláusula democrática do Mercosul. Depois que o Paraguai normalizou sua situação institucional, em 2013, o Governo de Horacio Cartes reivindicou a assinatura de um novo protocolo.

A demorada incorporação da Bolívia, as barreiras ao intercâmbio dentro da zona de livre comércio e a falta de acordos com outros blocos levaram analistas a concluírem que o Mercosul está em crise. Os Governos do Uruguai e Paraguai defenderam este ano a necessidade de flexibilizar a união aduaneira de modo que cada país negocie em separado tratados com parceiros, como a União Europeia. Montevidéu e Assunção também pediram o fim das travas ao comércio dentro do bloco, sobretudo as que a Argentina tem imposto desde 2012, em decorrência de sua escassez de divisas. O Brasil mantém sua “paciência estratégica” em relação a Buenos Aires, que em dezembro terá um novo presidente. Cristina Kirchner se despediu, portanto, das cúpulas do Mercosul.

O acordo tinha sido firmado em 2012, mas faltava a ratificação o Paraguai, que foi suspenso do bloco após a destituição do presidente Lugo

A anfitriã, a presidenta brasileira, Dilma Rousseff, lançou uma mensagem ambígua ante essas pretensões: “Temos de reconhecer que a crise impõe desafios para os Estados. Por isso defendemos que as normas se mantenham flexíveis. A crise não é motivo para criar barreiras entre os países”. O presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, lutou pela “unidade” do bloco, mas pediu que seja cumprido o compromisso de apresentar no final do ano uma proposta comum de abertura comercial à UE.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_