_
_
_
_
_

Brasil derrota a Espanha e avança para as oitavas de final do mundial

Com gol antes do intervalo a seleção brasileira acordou e dominou o resto da partida

Antonio Nieto
Andressa e Marta comemoram gol do Brasil.
Andressa e Marta comemoram gol do Brasil. ANDRE PICHETTE (EFE)

Uma Espanha sem remorsos caiu com todas as honras. De mais a menos, deu tempo de tudo para a seleção: dominar o todo-poderoso Brasil, aceitar um gol quando estava melhor em campo, sofrer com a superioridade do rival e, com caráter e orgulho, chegar perto de um empate quando não poderia conseguir nada mais. Apenas um ponto em duas partidas, o que complica a classificação que será decidida no último jogo, na quarta-feira, contra a Coreia do Sul. Assim, por 1 a 0, a seleção brasileira avançou para as oitavas de final da Copa do Mundo 2015.

Mais informações
Outras notícias sobre futebol feminino
Brasil joga contra Espanha pela classificação no Mundial feminino
Grandes jogadoras contra o gramado artificial na Copa do Mundo
Verificação do sexo, nova humilhação para as jogadoras de futebol

A experiência de Ignacio Quereda contra a Costa Rica não deu certo, e o técnico percebeu. A Espanha veio com uma fome descomunal. Tanto que quem parecia ser um time novato, em alguns momentos, era o Brasil. Fiel ao seu estilo, La Roja ficou com a bola e mastigou as jogadas com a solvência de uma equipe veterana. A seleção brasileira não era a equipe que busca todas as honras neste Mundial: sem rastro do paradeiro de Marta e suas cinco Bolas de Ouro e pouco de Formiga, a extraordinária meia de 37 anos, com um carretel infinito de jogadas.

As mudanças no time titular conectaram a Espanha. Principalmente pela presença de Virginia Torrecilla, extraordinária meia, o muro e o motor da equipe. A melhor da partida. Diante do olhar atônito do Brasil, a mallorquina antecipou-se a tudo e sempre tinha uma oração subordinada ao discurso da Espanha para oferecer. Foi auxiliada pela veloz Marta Corredera, um pesadelo para Fabiana, um martelo incansável para a zaga adversário. Dois talentos descomunais, duas jogadoras brilhantes que deixarão o Barcelona, atual campeão, na próxima temporada. O Campeonato Espanhol ficou pequeno para elas.

Com o gol de Andressa Alvez antes do intervalo, o Brasil acordou e dominou o resto da partida

Natalia Pablos teve a primeira chance clara de gol. A atacante do Arsenal voltou à ponta, sua posição natural, e a Espanha melhorou com a mudança. Alexia mandou-lhe um lançamento, e a madrilena lidou bem com Luciana. Seu chute foi desviado. A superioridade espanhola traduziu-se em nervosismo no rival. A ponto de Rafaelle quase marcar contra depois do enésimo cruzamento de Marta Corredera. Mas quando mais dificuldades eram impostas, quando mais algemado sentia-se o Brasil, Andressa Alves deu a resposta, a dois minutos do final do primeiro tempo. Ganhou na corrida da defesa rival, aproveitou uma saída de gol ruim de Ainhoa, e com a ponta da chuteira mandou a bola ao gol vazio. Celia correu e conseguiu alcançar a bola, mas seu corte forçado em cima da linha deu uma nova oportunidade à atacante, que desta vez não falhou. Um erro que anulou uma primeira etapa de museu.

Com o gol antes do intervalo, o Brasil acordou e dominou o resto da partida. Ficou mais com a bola, enquanto a Espanha pagou pelo grande esforço dos primeiros 45 minutos. Apostou tudo no começo exuberante, mas se saiu mal. A equipe de Vadão colocou a máquina em funcionamento desde o começo, com chances de Andressa, Marta e Formiga. Também intensificou a pressão, enquanto a Espanha rachava.

Brasil 1 x 0 Espanha

Brasil: Luciana; Fabiana (Poliana, min. 77), Monica, Rafaelle, Tamires; Andressinha, Thaisa (Darlene, min. 60), Formiga; Andressa, Cristiane (Fernandes, min. 89) e Marta.

Espanha: Ainhoa Tirapu; Celia Jiménez, Marta Torrejón, Irene Paredes, Leire Landa; Vicky Losada, Virginia Torrecilla (Sonia Bermúdez, min. 77), Vero Boquete; Alexia Putellas, Natalia Pablos (Silvia Meseguer, min. 71) e Marta Corredera (Priscila Borja, min. 70).

Gol: 1 x 0. Andressa, min. 44. Andressa chuta após Celia salvar em cima da linha.

Arbitragem: Carol Anne Chenard (Canadá). Deu amarelo para Leire Landa Fernandes.

Estádio Olímpico de Montreal.

O Brasil ficou reconhecível, Marta começava a gostar do jogo e executou uma maravilhosa “roleta”. Andressa, por sua vez, exigiu de Ainhoa a melhor defesa da noite. A goleira falhou no gol brasileiro, mas se redimiu com um lindo pulo para bloquear a escanteio o chute potente da brasileira. Sobrou para a Espanha tirar forças da fome e dessas coisas intangíveis, com o pouco de energia que sobrou. Natalia quase marcou ao finalizar um cruzamento de Priscila Borja, que havia entrado no lugar de Corredera. Também entraram Meseguer e Sonia. A partida ficou aberta, e apareceu Vero Boquete, inconstante no Canadá. A capitã recebeu uma grande assistência de Sonia, cortou e, quando estava prestes a cometer o crime, apareceu Tamires para roubar a bola. Irene, em seguida, trombou com a trave. Não era o dia. Nem parece que seja o Mundial.

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_