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Banco HSBC anuncia saída do Brasil e da Turquia e demissão de funcionários

Entidade eliminará 10% dos seus empregos e estuda a mudança da sede de Londres

Pablo Guimón
Sede que o banco HSBC em Hong Kong.
Sede que o banco HSBC em Hong Kong.YM YIK (EFE)

O banco HSBC cortará 25.000 postos de trabalho, aproximadamente 10% de seu quadro mundial. Os despedidos fazem parte de uma reestruturação dentro do maior banco da Europa, multado pela manipulação dos mercados de divisas e envolvido em um grande escândalo de evasão fiscal em sua unidade suíça, que tem como objetivo reduzir 5 bilhões de dólares (15,5 bilhões de reais) em custos anuais. A estratégia inclui a venda das operações na Turquia e no Brasil, ainda que o banco manterá uma unidade no país sul-americano “para servir aos grandes clientes corporativos com respeito às suas necessidades internacionais”. A retirada desses dois mercados implicará um corte adicional de outros 25.000 empregos, totalizando 50.000 demitidos em todo o mundo.

O principal objetivo do banco é economizar até 15 bilhões de reais em custos em 2017

As operações norte-americanas e mexicanas permanecerão, apesar de seu rendimento, de acordo com o banco, estar abaixo das metas. “O HSBC está realizando uma revisão significativa de sua carteira de negócios”, disse a entidade em um comunicado na terça-feira. “Os recursos serão redistribuídos para aproveitar melhor as oportunidades de crescimento e para nos adaptarmos às mudanças”.

Em uma apresentação aos acionistas, Stuart Gulliver, executivo chefe do HSBC, de 56 anos, mostrou os critérios que o banco utilizará para decidir, antes do final do ano, se manterá seu quartel-general no Reino Unido. A entidade está nesse país desde 1992 quando saiu de Hong Kong, após a compra do banco britânico Midland. Mas em abril a entidade anunciou que estuda uma nova mudança de sua sede, provavelmente de volta a Hong Kong.

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A política fiscal do Governo britânico com as entidades financeiras é um dos fatores estudados pelo HSBC para tomar uma decisão sobre se permanece ou não em Londres. O imposto aos bancos, aplicado em seus resultados globais e que custa 700 milhões de libras (3,34 bilhões de reais) por ano ao HSBC, será um fator importante na decisão. O anúncio coloca certa pressão no discurso que George Osborne, ministro das Finanças, prevê fazer na quarta-feira.

Os planos apresentados na terça-feira pelo HSBC dão sinais sobre onde encontram-se agora suas prioridades geográficas. A redução global de ativos é de 25%, e a porcentagem da Ásia na entidade sobe de 33% a 40%. Até 8.000 dos despedidos virão do fechamento de sucursais no Reino Unido e da redução do quadro de funcionários na sede londrina de Canary Wharf. O custo salarial será reduzido ainda mais com a mudança de pessoal a lugares com custos mais baixos. “Reconhecemos que o mundo mudou e precisamos mudar com ele”, disse Gulliver.

Será a segunda grande rodada de cortes no HSBC. Após Gulliver assumir o comando da entidade de crédito há quatro anos, 30.000 empregos foram eliminados. A metade dos despedidos dessa segunda leva vem de iniciativas como o banco digital e a automatização, segundo o plano do banco.

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