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México: Márquez e os filhotes

Herrera se rodeia de novatos para dar prioridade à Copa de Ouro

Juan Diego Quesada
México posa para a imprensa depois de um treino.
México posa para a imprensa depois de um treino.Andre Penner (AP)

Um México descafeinado chega à Copa América no Chile sem grandes expectativas. O técnico Miguel Piojo Herrera, reservou seus melhores jogadores para disputar em julho a Copa de Ouro, o campeonato de sua região. Herrera se rodeou desta vez de um batalhão de novatos dispostos a pular de um barranco se ele mandar. O goleiro Melitón Hernández disse que teria ido até como ajudante, e outros como Marco Fabián, um talento questionado por sua vida dissoluta, estão enfrentando uma segunda oportunidade de voltar à seleção.

Esta combinação de jovens sem currículo e personagens rebeldes precisa de um pastor e ninguém melhor para a tarefa que Rafael Márquez, o kaiser do Michoacán. Aos 36 anos, o ex-central do Barcelona com Frank Rijkaard, joga na Liga Italiana, no Hellas Verona, quando muitos na sua idade já estão passeando no fim de semana pelo deserto de Catar. Márquez poderia ter integrado a primeira lista, onde estão os melhores jogadores do futebol mexicano como Vela, Chicharito Hernández, Héctor Herrera e os irmãos Dos Santos, mas preferiu participar de um torneio assim que terminou sua liga. Voltar a ficar em forma depois do mês de espera até o campeonato da CONCACAF teria sido muito difícil.

A falta de gol preocupa. Raúl Jiménez jogou só essa temporada no Atlético de Madrid

O plano de Herrera

Secretamente, Herrera espera incutir nesta equipe a mesma febre com que o México jogou na Copa do Mundo do Brasil. Embora com menos recursos tudo é mais complicado. O treinador, que ficou famoso internacionalmente por viver as partidas na lateral à beira do infarto, tem muita história para contar. Em 1993, foi a primeira vez que os sul-americanos convidaram o México e os Estados Unidos, países vistos como figurantes, mais interessados no beisebol e no rúgbi.

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Aquele México, com Hugo Sánchez na frente e Piojo Herrera na lateral direita, chegou à final, perdendo contra a Argentina de Batistuta e Simeone (2-1). Nada mal para a primeira participação, embora tenha aumentado a sensação de eterno fracasso que ronda os mexicanos. Pelo caminho, o país eliminou o Peru e o Equador, que era o anfitrião. “Fomos o convidado incômodo. Éramos um grupo de jogadores com muito caráter e nos juntamos para fazer algo grande. Chegamos perto”, lembra Piojo sobre aqueles dias. Vamos repetir o que fizeram, dizem na expedição mexicana.

A falta de gol preocupa. O atacante Raúl Jiménez teve uma participação importante no Atlético de Madrid e o resto não são finalizadores puros. Por outro lado, sobra velocidade: Chapo Montes ou Tecatito Corona, que joga com o Twente na liga holandesa (oito gols este ano), correm muito. Lentos ou rápidos, desajeitados ou virtuosos, esses rapazes estão dispostos a fazer qualquer coisa pelo México e Herrera, comandante de um esquadrão suicida.

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