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Inimigo da CBF, ex-jogador Romário comemora prisão de dirigente da FIFA

Senador pelo Rio ainda chamou o atual presidente da confederação de “safado, ladrão"

Romário, ao centro, coletando assinaturas para abrir uma CPI da CBF.
Romário, ao centro, coletando assinaturas para abrir uma CPI da CBF.Waldemir Barreto (Ag. Senado)

Um dos principais críticos da Confederação Brasileira de Futebol, o ex-jogador Romário de Souza Faria, hoje senador pelo PSB do Rio de Janeiro, comemorou a prisão do vice-presidente da entidade e dirigente da FIFA, José María Marin. Durante uma audiência no Senado, o ex-centro-avante da seleção brasileira disse que lugar de ladrão é na cadeia. “Muitos dos corruptos, ladrões e que fazem mal ao futebol foram presos. Inclusive um dos maiores do país, no que se refere ao esporte, que se chama José María Marin”, disse e completou: “Infelizmente não foi a nossa polícia que prendeu, mas alguém tinha de prender algum dia. Ladrão tem que ir para a cadeia”.

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Ao lado de outros seis dirigentes da Federação Internacional de Futebol, Marin foi detido nesta quarta-feira, na Suíça, sob a suspeita de fazer parte de uma rede de corrupção na FIFAque teria recebido até 150 milhões de dólares em 24 anos.

Na audiência desta quarta-feira, que tratava do futuro do futebol feminino no país, o senador estava com a língua bastante afiada. Disse que a CBF não se interessa por futebol feminino porque ele não dá lucro e, sem lucro, não há o que roubar. Chamou o atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, de “safado, ladrão e ordinário”. E declarou que espera uma troca no comando das confederações de futebol na América do Sul e a detenção de Joseph Blatter, o presidente da FIFA. “ Espero que isso repercuta positivamente e essas ações entrem definitivamente na América do Sul e no Brasil para a gente limpar, do nosso futebol, esses corruptos, como o Marco Polo Del Nero ”.

Romário foi um dos maiores jogadores brasileiros. Escolhido o melhor do mundo em 1994, quando atuava pelo Barcelona, participou de duas Copas do Mundo, vencendo a de 1994, nos Estados Unidos. Desde 2010 é político. Foi deputado federal e agora é senador. Mesmo crítico ao futebol brasileiro, aproveitou a Copa no país para lucrar como garoto propaganda e comentarista.

Em seu primeiro mandato, ele tentou emplacar uma investigação contra a CBF, seria a segunda desde 1996, quando houve a CPI da Nike, que devassou os contratos entre a entidade e a empresa de materiais esportivos. Romário não conseguiu apoio para seu pleito. Outros dois parlamentares também não tiveram sucesso em investigar a confederação.

Nesta quarta-feira, depois da divulgação da prisão do ex-presidente da CBF, José María Marin, o assunto Comissão Parlamentar de Inquérito voltou à tona. Além de Romário, que iniciou a coleta de assinaturas para a abertura da CPI, quem também levantou a hipótese foi o senador Zezé Perrella (PDT-MG). Ex-presidente do clube de futebol Cruzeiro, um dos mais tradicionais do país, Perrella já foi aliado de Ricardo Teixeira, o antecessor que renunciou, em 2012, ao mandato presidente da CBF por suspeitas de irregularidades.

Em 2013, Perrella disse que não havia razões para investigar a entidade futebolística. “Eu fui contra a CPI na época da Copa do Mundo porque achava que não tínhamos fato relevante que a justificasse. Hoje, existe ex-dirigente da CBF preso por corrupção. Pela gravidade da situação, nós temos a obrigação neste momento de fazer uma CPI nesta Casa”, afirmou à Agência Senado. No ano passado, um helicóptero da família deste senador, foi apreendido em Minas Gerais com 445 quilos de cocaína. O caso está sendo investigado como tráfico internacional de drogas.

Em nota, a CBF informou que “apoia integralmente toda e qualquer investigação” e que aguardará, “de forma responsável, sua conclusão, sem qualquer julgamento que previamente condene ou inocente”.

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