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Agressor de Dallas foi investigado por vínculo com jihadistas

Os dois homens, já identificados, são norte-americanos O Estado Islâmico reivindica o ataque a mostra de desenhos de Maomé

A polícia de Garland, nas proximidades de Dallas (Texas, EUA), identificou os dois homens que abriram fogo no domingo num concurso de caricaturas de Maomé antes de serem abatidos por um agente de segurança. São Elton Simpson, de 30 anos, que já tinha sido investigado por sua ligação com uma célula terrorista, e seu colega de quarto, Nadir Soofi, de 34 anos, sobre quem não foi dada nenhuma outra informação.

Elton Simpson era velho conhecido da Agência Federal de Investigação dos EUA (FBI). Em 2011 foi condenado a três anos de liberdade condicional por mentir a respeito de sua intenção de viajar para a Somália para se unir a um grupo jihadista. O juiz condenou Simpson apenas por mentir aos agentes, porque não considerou que tivesse sido provado que seus planos fossem lutar pela jihad. Mas ele já era vigiado pelo FBI desde vários anos antes —especificamente, desde 2006, segundo o jornal britânico The Guardian, que cita fontes governamentais e provas judiciais. De acordo com essas informações, Simpson havia se unido a um suspeito que pretendia criar uma célula terrorista no Arizona.

Além disso, o FBI e o Departamento de Polícia de Phoenix abriram meses atrás outra investigação contra Simpson, em razão da simpatia que demonstrava em relação ao Estado Islâmico (EI) nas redes sociais. O grupo terrorista assumiu nesta terça-feira o ataque no Texas, na emissora de rádio Al Bayan, na qual um miliciano afirmou que os agressores eram “soldados do califado”. “Dizemos à América que o que está para chegar é mais amargo e mais duro e que ela verá como os soldados do califado os ferem“, acrescentou. A organização não acrescentou nenhum detalhe e não esclarece se interveio de forma direta ou se serviu de inspiração para os dois homens mortos.

A família de Simpson divulgou nesta terça-feira um comunicado em que afirma que não conhecia “os planos de Elton” e transmite seus pêsames a todos “os afetados por esse ato de violência sem sentido, e em especial ao agente de segurança que ficou ferido”. “Como família, não perdoamos a violência e orgulhosamente apoiamos os homens e mulheres de nossas agências de segurança. Como todo mundo em nosso belo país, não entendemos como isso pôde acontecer”, acrescentou a família, que disse que não fará outras declarações.

No domingo à tarde os dois homens estacionaram seu carro na frente do Centro Curtis Culwell e dispararam contra um agente. O edifício abrigava a chamada “primeira mostra anual de arte sobre Maomé”. A exposição tinha imagens históricas e contemporâneas do profeta, fato considerado uma blasfêmia por seus seguidores. O porta-voz policial Harn disse que havia meses a polícia “tinha preocupação com a segurança do evento”.

O encontro foi organizado pela American Freedom Defense Initiative, em defesa do direito “à liberdade de expressão estabelecida pela primeira emenda da Constituição”. A iniciativa incluía um prêmio de 10.000 dólares (cerca de 30.000 reais) para a melhor caricatura. A American Freedom Defense Initiative conseguiu certa fama nacional quando organizou uma campanha contra a construção de um centro islâmico nas cercanias do World Trade Center de Nova York, atacado pela Al Qaeda no 11 de Setembro.

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