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Série 'Narcos', com Wagner Moura sobre Escobar, é aposta do Netflix

José Padilha apresenta em 'Narcos' a história de Pablo Escobar vivido por Wagner Moura

Luis Pablo Beauregard
Wagner Moura é Pablo Escobar em 'Narcos'
Wagner Moura é Pablo Escobar em 'Narcos'Daniel Daza (Netflix)

O brasileiro José Padilha, criador do celebrado Tropa de Elite (2007), dirige em Narcos a história de Pablo Escobar e do Cartel de Medellín, vivida pelo ator brasileiro Wagner Moura. Hoje o Netflix, serviço que transmite filmes e séries via Internet, apresentou o trailer da série que estreia hoje no Brasil.

Wagner Moura vive Pablo Escobar, feroz chefão do tráfico nos 10 episódios da série, que apresentará uma visão muito brasileira da máfia colombiana. O ator, um dos mais famosos do Brasil, já havia trabalhado Padilha em Tropa de Elite, filme que ganhou o Festival de Berlim em 2008 com a história de um violento esquadrão policial que tenta pacificar uma favela brasileira. Com o duro Capitão Nascimento, Wagner Moura protagonizou em 2010 uma sequência de Tropa de Elite, que se tornou o filme de maior bilheteira no Brasil.

Foi com essa reputação de campeão das bilheterias que Padilha trabalhou nos 10 episódios de Narcos, filmados na Colômbia com um elenco internacional, que além de Wagner Moura inclui o chileno Pedro Pascal e as mexicanas Ana de la Reguera e Stephanie Sigman, cujo nome começa a ser memorizado após se tornar uma Bond girl.

Com Narcos, o Netflix pretende tentar experimentar as narrativas sobre o crime organizado, um dos temas que mais castigam a América Latina e que já resultaram em bem-sucedidas ficções televisivas para redes como Caracol e Telemundo. “Nossa ideia é contar a história verdadeira de como a cocaína se tornou um problema enorme nos Estados Unidos e na Europa, e como tudo começou em Medellín”, disse Padilha em um evento para apresentar a série, em abril de 2014. O diretor de conteúdo do Netflix, Tod Sarandos, promete que “esta versão da saga de Escobar não se parecerá com nada visto antes”.

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De Los Angeles, Kari Pérez, do Netflix, explica que a série da Padilha “não é uma novela, não romantiza nem idealiza os personagens”. Dessa maneira, Narcos busca se distanciar das narrativas vistas na TV mexicana e colombiana, entre outras, onde os narcotraficantes são interpretados como bandidos bondosos. “É uma narrativa muito mais histórica, com toques dramáticos”, observa.

Além da história de Pablo Escobar, o mexicano Gaz Alazraki acerta os últimos detalhes de Club de Cuervos, primeira comédia em espanhol no Netflix. Com as apostas, a empresa pretende se fortalecer na América Latina, onde se encontra uma quarta parte dos 20 milhões de espectadores que tem fora dos Estados Unidos.

Club de Cuervos tem uma proposta cômica. Seu diretor, Gaz Alazraki, deixou claro que pode se movimentar com facilidade nesse terreno. Seu primeiro longa-metragem, Nosotros los Nobles (2013), fez milhões de mexicanos rirem com o retrato de uma família rica que vive uma série de infortúnios. Essa história sobre a desigualdade que rege a sociedade mexicana, contada com humor, foi uma das obras mais vista nos últimos anos no país.

Para sua aventura televisiva, filmada em espanhol no México, Alazraki recorreu a uma parte da equipe que trabalhou em seu filme. Luis Gerardo Méndez, um dos protagonistas, interpreta o herdeiro de um patriarca que deixa um clube de futebol para a sua família, desatando uma disputa entre seus descendentes. Club de Cuervos pretende ser uma ácida sátira ao negócio que esse esporte representa no país.

Assim, Frank Underwood (protagonista de House of Cards) e Saul Goodman (de Breaking Bad e Better Call Saul) ganham parentes latino-americanos. Mas Netflix não cresce apenas para o sul. Além de a América Latina ter sido o terceiro mercado ao qual a empresa chegou, há quatro anos – depois dos Estados Unidos e do Canadá –, há cada vez mais programas em espanhol nos catálogos disponíveis na América do Norte. A empresa fixou como meta ter uma presença global até 2016. Espera passar dos 50 países onde o serviço é visto atualmente para mais de 200. Entre suas últimas conquistas estão Austrália, Nova Zelândia e, nas Américas, Cuba.

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