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Após terremoto no Nepal, 183 brasileiros são localizados com vida

Itamaraty diz ainda não ter informações sobre mortos ou feridos com gravidade Pai e filho que escalavam o Monte Everest são resgatados após avalanche

Campo Base do Monte Everest, em foto tirada no dia seguinte ao terremoto.
Campo Base do Monte Everest, em foto tirada no dia seguinte ao terremoto.REUTERS

O Ministério das Relações Exteriores informou ter conhecimento de 211 brasileiros estavam no Nepal, sendo que destes, já havia a confirmação de que 183 foram localizados e estavam bem, após o tremor de 7,8 graus na escala Richter registrado no último sábado (dia 25) a 150 quilômetros a oeste de Katmandu. De acordo com novo balanço do Itamaraty, atualizado o início da tarde desta terça-feira, o Governo ainda não recebeu confirmação de nenhum brasileiro entre os milhares mortos no terremoto no Nepal, nem entre os feridos com gravidade.

Embora o Governo brasileiro estime em 28 número de brasileiros cujo paradeiro ainda é desconhecido, o órgão observa que os dados têm oscilado muito e “ainda há  informações desencontradas”, segundo a assessoria de imprensa. 

Os tremores que atingiram o Nepal causaram colapso em muitos edifícios e o resgate e atendimento dos sobreviventes ainda é difícil em muitos pontos da capital, sobretudo nos bairros mais pobres. As comunicações foram gravemente afetadas e o funcionamento dos telefones e da internet é, quando muito, esporádico. Os cortes no fornecimento de energia que o país já sofre de maneira crônica aumentaram.

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Outro grande problema era a falta de água potável. O fornecimento de água corrente deixou de funcionar e a água engarrafada já é escassa em Katmandu. Existe também o temor de que as doenças contagiosas aumentem.

Ao jornal O Globo, a mãe do brasileiro Felipe Freire Moulin, de 27 anos, que havia acabado de deixar um retiro espiritual quando ocorreu o abalo, reclamou do suporte oferecido pela embaixada brasileira. “Andei muito até a embaixada achando que eles poderiam me ajudar e não me ofereceram nem um copo de água”, disse o brasileiro, natural do Rio de Janeiro, em áudio enviado à mãe dele, Cristiane Abranches Freire, e publicado pelo jornal.

Procurado pelo EL PAÍS para comentar o caso, o Itamaraty disse desconhecer o episódio, mas reiterou ter recebido informações de que vários brasileiros e cidadãos de outros países do Mercosul (que têm um acordo de assistência consular com o Brasil) teriam sido alimentados no local e recebiam a assistência consular necessária.

O Ministério das Relações Exteriores informou ainda que uma equipe da embaixada do Brasil em Nova Délhi, na Índia, foi deslocada para reforçar o atendimento às vítimas no Nepal, e que também foi montado um estande de atendimento aos brasileiros no aeroporto da capital do Nepal.

Em nota publicada no último sábado, a presidenta Dilma Rousseff lamentou em nota a tragédia e ressaltou que "a Embaixada do Brasil em Katmandu está tomando todas as providências em apoio aos cidadãos brasileiros que estão no Nepal". Na mensagem, Dilma expressou "grande pesar pelo terremoto que atingiu o Nepal, Índia e China na manhã deste sábado e que provocou a perda de tantas vidas" e disse declarar "solidariedade aos povos desses países e, em especial, aos brasileiros que estão na região e aos seus familiares".

Pai e filho resgatados com vida

M. N.

Entre os brasileiros localizados com vida está o cearense Rosier Alexandre, que foi resgatado de helicóptero do Campo 1 do Everest, a 5.900 metros de altitude, junto com outros montanhistas. De acordo com a assessoria do projeto Sete Cumes, do qual ele faz parte, Rosier entrou em contato com a família dele no Brasil na madrugada desta segunda-feira (no horário de Brasília) para informar que estava bem e que já havia encontrado com o filho dele, Davi Saraiva, que participava da expedição e foi resgatado horas antes.

“Rosier e Davi passam bem e estavam juntos no Campo Base procurando e resgatando os equipamentos que foram abandonados no ato da avalanche”, informou o projeto, em nota publicada no Facebook. Segundo o alpinista brasileiro, o Campo Base do monte Everest parecia um “cenário de guerra” após os tremores. Pai e filho seguirão em caminhada para o vilarejo de Gorak Shep e lá deverão permanecer nos próximos dias.

Natural da zona rural do Ceará, o ex-vendedor de frutas e ex-agricultor ficou conhecido no Brasil após se tornar o primeiro montanhista do Norte-Nordeste brasileiro a escalar o Aconcágua (6.962 metros), se tornando palestrante.

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