_
_
_
_
_

Israel coloca suas exigências para que o pacto com o Irã seja “mais razoável”

Netanyahu deseja que Teerã paralise o desenvolvimento de centrifugadores modernos

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.MANDEL NGAN (AFP)

Transformar um “acordo ruim” em um pacto aceitável é o objetivo de Israel até 30 de junho, data prevista para a assinatura de um acordo definitivo sobre o programa nuclear iraniano entre Washington, à frente de seis potências, e Teerã.

Até agora Israel se limitou a criticar o acordo inicial conseguido na quinta-feira da primeira semana de abril em Lausanne (Suíça), mas nesta segunda-feira, o ministro da Inteligência e Assuntos Estratégicos, Yuval Steinitz, apresentou várias exigências concretas para que o texto seja “mais razoável”.

Israel deseja que o Irã paralise a pesquisa e o desenvolvimento de centrifugadores modernos e exige a redução do número dos que já estão em operação. Em um encontro com vários jornalistas, entre eles profissionais do The New York Times e da Agência France Presse (AFP), Steinitz considerou que caso contrário, Teerã poderia produzir urânio enriquecido para uma bomba atômica em três ou quatro meses.

Mais informações
Um passo crucial rumo ao acordo nuclear
Netanyahu inicia campanha para “matar o mau acordo” com o Irã
Obama defende sua política de aproximação com Teerã e Havana
Estados Unidos e Irã chegam a acordo sobre programa nuclear
Os pontos-chave do pacto nuclear

Além disso, Israel pede o fechamento da usina subterrânea de enriquecimento de urânio de Fordo, o envio para fora do Irã do urânio que já foi enriquecido e o envio de inspetores internacionais “por todo o país a qualquer momento” para verificar se as exigências estão sendo cumpridas. Por outro lado, também considera que o Irã deve explicações sobre todas as suas atividades nucleares anteriores das quais existe a suspeita que pudessem ter fins militares.

Israel não escondeu sua frustração pelo acordo inicial conseguido em 2 de abril. Segundo os responsáveis israelenses, o texto acordado em Lausanne (Suíça) depois de árduas negociações sobre a legitimidade de um “programa nuclear ilegal”, significa a capitulação da comunidade internacional frente ao Irã e coloca em perigo a existência de Israel, mas também representa uma ameaça para o mundo.

As garantias dadas pelo presidente norte-americano Barack Obama ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu sobre a segurança de Israel e os benefícios desse acordo inicial não bastam e o acordo deve ser modificado, consideram os responsáveis israelenses. No domingo, em entrevista a várias redes de televisão norte-americanas, Netanyahu explicou que pretende “matar esse acordo ruim”.

“Ninguém pode nos dizer que nos apoiar e nos ajudar basta” diante de tal ameaça, corroborou Steinitz, referindo-se diretamente às palavras de Obama.

Nos próximos três meses, Israel quer apostar na via diplomática para modificar o texto, mas a opção militar “não está descartada”, segundo o ministro. “A alternativa não é necessariamente declarar guerra ao Irã, mas aumentar a pressão sobre Teerã e conseguir que façam concessões importantes para conquistar um acordo melhor”, insistiu Steinitz.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_