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AO VIVO | Ato contra Dilma em São Paulo é maior da democracia. Siga

Na capital paulista, onde rejeição à presidenta é alta, protesto ultrapassa, segundo a PM e o Datafolha, o número no auge dos protestos de junho de 2013 Mais cedo, atos reuniram 100.000 em quatro capitais: 45.000 em Brasília, 25.000 no Rio, 24.000 em Belo Horizonte e 20.000 em Belém

Milhares, de verde e amarelo, protestam no Rio.
Milhares, de verde e amarelo, protestam no Rio.A. L. (EFE)

Os protestos contra o Governo da presidenta Dilma Rousseff começaram cedo no Brasil, em cidades como Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Belém do Pará. Só essas quatro capitais reuniram mais de 100.000 pessoas, segundo estimativa inicial da Polícia Militar de cada região, até a hora do almoço deste domingo: 45.000 na capital, 25.000 no Rio, 24.000 em Belo Horizonte e 20.000 em Belém. Em São Paulo, ato reuniu mais de um milhão de pessoas, segundo contabilidade da PM divulgada às 15h. Medição do instituto Datafolha (http://ow.ly/KmtBh) contou 210 mil em São Paulo. Segundo eles, é a maior manifestação política da democracia na cidade. Por qualquer régua, da PM ou do Datafolha, é o maior ato desde 1984.

Em plena crise política, três são os grupos principais que organizaram os atos anti-Dilma, em meio a divergências. Com ideologias diferentes, há os que defendem o impeachment da presidenta e os que não. A marcha, que já reúne milhares pelo Brasil, recebeu apoio intenso nas redes sociais nos dias prévios. A polarização na Internet segue os padrões de forte embate experimentados durante a campanha eleitoral do ano passado.

Encerramos aqui nossa transmissão ao vivo. Veja a nossa cobertura completa dos protestos deste domingo, que levaram milhares de pessoas às ruas do Brasil em mais de 20 estados: http://cort.as/D5VT
FOTOGALERIA | Veja imagens das manifestações deste domingo pelo Brasil http://cort.as/Qcur Foto: Miguel Schincariol/AFP
Segundo o Datafolha, o protesto na avenida Paulista reuniu 100.000 pessoas, menos que os 275.000 calculados pela Polícia Militar. Na manifestação de 15 de março, a PM havia calculado 1 milhão, enquanto o Datafolha, 210.000.
“Quero melhor educação e saúde para meus filhos, uma obrigação do Estado”, resume a estudante Juliana Bessa, 20 anos, no Rio. Para ela, os serviços só irão melhorar quando acabar a corrupção. Juliana quer o impeachment, “mas não que Temer assuma. Tem que convocar novas eleições”.
O estudante Fabio Freire, 27 anos, mora em Itaboraí, a mais de 40 Km do Rio. Viajou a Copacabana para mostrar “indignação” e “lutar por um país melhor”. Ele defende o impeachment de Dilma. Sobre terceirização, diz que ainda não entende muito sobre o tema e preferiu não opinar.
O pintor Mauro Célio Bezerra nunca votou no PT. "Sou contra doação de cesta básica e Bolsa Família. As pessoas têm de ter emprego, e não esmola. Sou a favor do Minha Casa Minha Vida, porque tira a pessoa da favela e dá condição pra viver e trabalhar. Depois ela paga de volta".
Sob o forte sol de Brasília, a bandeira do Brasil serviu de sombra para os manifestantes que protestaram contra o Governo Dilma. Foto: Lula Marques/Fotos Públicas
As amigas Ana Maria, 67 anos, e Eliana, 53, dizem se unir contra o PT “desde a época do Collor”. Na manifestação em Copacabana, se destacavam por pedir intervenção militar temporária “para limpar a sujeira” e, depois, entregar o país a civis sem “filiação partidária”.
Billask, que atua como mímico e é líder comunitário em Itaquera, na zona leste de São Paulo, também mirou na oposição, "que não mostrou a que veio". "Fazer vídeo do YouTube é fácil, Aécio Neves. Quero ver subir aqui com a gente!", discursou, para aplausos na avenida Paulista.
O ator de teatro Toninho Billask, 48 anos, fez um discurso inflamado contra o PT, no trio elétrico do Movimento Brasil Livre. Ao microfone, ele chamou o ex-presidente Lula de "ladrão e assassino" e pediu que todos os manifestantes "falem mal do PT todos os dias, até na padaria".
Para o professor de idiomas Marcus, um alemão que mora no Brasil há seis anos, a manifestação de hoje é contraditória: "Acho que a maioria das pessoas que esta aqui [na avenida Paulista] se aproveita, de alguma maneira, do 'jeitinho brasileiro', que nada mais é que corrupção".
O cabeleireiro disse não concordar com o impeachment, pois "vem o vice e não muda nada". Ele é a favor da intervenção militar temporária, "pra dar uma varrida no país". "Tem que acabar com tudo e começar do zero, não me pergunte como", disse.
Caracterizado como Dilma, o cabeleireiro Vivaldi Alves, 60 anos, aproveita seus minutos de fama no protesto da avenida Paulista, posando para fotos com manifestantes. "Eles sabem que sou um deles porque estou com a plaquinha", esclarece.
Avenida Paulista: Carla Zambelli, fundadora e porta-voz do movimento 'Nas Ruas', diz que o caminhão de som usado pelo grupo custou 4.000 reais e foi pago com vaquinha. Os adesivos que distribuem foram doados por um centro espírita e as faixas de protesto foram doadas também.
Lizandra de Almeida, de 18 anos, estava na fila para subir no caminhão de som do grupo 'As Ruas'. "Estou aqui porque sou contra a Dilma e o Governo dela, que deixou nosso país na miséria". Quem entraria no lugar de Dilma? "O vice dela, não me lembro o nome dele agora".
"Ditadura nunca mais. Se a Dilma mentiu, eles (os militares) mentiram muito mais”.

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