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Eleição no Senado passa a preocupar o PT e o Governo de Dilma Rousseff

Assim como na Câmara, o governista PMDB se divide e se alia a opositores. Candidato avulso espera ter quase a metade dos votos

Luiz Henrique e Ricardo Ferraço, no Senado.
Luiz Henrique e Ricardo Ferraço, no Senado.Moreira Mariz (AG. SENADO)

O racha no PMDB que parecia complicar a vida de Dilma Rousseff apenas na Câmara dos Deputados chegou ao Senado. Aliando-se a deputados de oposição, o senador Luiz Henrique Silveira (PMDB-SC) lançou sua candidatura à presidência da Casa para se contrapor a Renan Calheiros (PMDB-AL). Aos 74 anos, Silveira tenta pela primeira vez obter o cargo. Dois anos atrás ele tentou concorrer, mas desistiu diante da promessa de que teria o caminho livre agora em 2015, já que Calheiros se candidataria a governador de Alagoas.

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A promessa de Renan não se concretizou. Quem concorreu e se elegeu ao governo alagoano foi o filho dele. Assim, a expectativa de Silveira de chegar ao posto máximo no Senado ficou mais distante, diante da insistência do atual presidente disputar a reeleição. Não contente com a quebra do acordo, o senador catarinense lançou seu nome dizendo ser um candidato da instituição, e não do Governo ou da oposição. Por ter a maior bancada, no Senado, caberia ao PMDB presidir a Casa. Dos 19 peemedebistas, ao menos cinco já se comprometeram com a candidatura de Silveira, um deles é ele próprio, claro. “É uma candidatura suprapartidária para propor uma mudança no Senado. Nada contra o Renan, mas precisamos mudar o que está aí há tanto tempo”, explicou o senador Waldemir Moka (PMDB-MS), um dos incentivadores da candidatura de Silveira.

Outro que tenta estimular a oposição a Calheiros é o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES). Uma característica semelhante entre os três peemedebistas rebeldes é que, apesar de serem da base de Rousseff na esfera federal, em seus Estados são ferrenhos adversários do PT. Assim, mesmo que não vençam o pleito, dão um recado aos seus eleitores. Jogam para a plateia.

Apoios

Sem definir uma meta de votos, o rebelde peemedebista já conta com o apoio de sete partidos e espera que senadores governistas traiam Calheiros. Um dos que poderia votar em Silveira é o petista Jorge Viana, do Acre. Se todas legendas que prometeram apoio a Luiz Henrique realmente votarem nele, o candidato avulso teria 40 dos 81 votos do Senado. Seriam 10 do PSDB, 7 do PDT, 5 do PP, 5 do DEM, 6 do PSB, 1 do PPS, 1 do PSOL, além de 5 do próprio PMDB.

Aos 54 anos, Calheiros e seu grupo comandam o Senado desde 2005, quando ele próprio era presidente e acabou sendo afastado do cargo por se envolver em um escândalo de corrupção. Sem ser punido judicialmente, Calheiros retorno à função no mandato 2013-2014, mas sempre teve influência nas administrações de seus sucessores: Tião Viana (PT-AC), Garibaldi Alves (PMDB-RN) e José Sarney (PMDB-AP).

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