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Procurador-geral quer acelerar investigação de políticos da Lava Jato

Grupo de oito profissionais tem seis meses para analisar o envolvimento das autoridades no esquema da Petrobras

O procurador Janot conversa com Lewandowski, presidente do STF, em outubro passado.
O procurador Janot conversa com Lewandowski, presidente do STF, em outubro passado.José Cruz (Ag. Brasil)

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, quer acelerar a análise dos processos que envolvem políticos no esquema de corrupção da Petrobras. Em no máximo seis meses um grupo de oito procuradores investigará a participação de todos os políticos citados pelos suspeitos de participar do bando que teria desviado ao menos 10 bilhões de reais da maior petroleira brasileira. A constituição formal da força-tarefa ocorreu hoje por meio de uma publicação no Diário Oficial.

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Conforme as apurações iniciais, entre 30 e 40 parlamentares, governadores e ministros serão investigados. Eles foram citados principalmente pelos delatores das fraudes, o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e executivos da construtora Toyo Setal.

Os principais partidos brasileiros, porém, esperam que perto uma centena de políticos sejam investigados. Até o momento vazamentos seletivos entregues à imprensa mostraram que legendas da base governista (PT, PMDB e PP) e da oposição (PSDB, PSB, PTB, DEM e SD) serão investigadas. Janot já deverá apresentar as primeiras denúncias já em fevereiro, no retorno do recesso do Poder Judiciário.

Como a maioria dos políticos têm foro privilegiado, eles terão de ser julgados pelo Supremo Tribunal Federal (deputados e senadores) ou pelo Superior Tribunal de Justiça (governadores). No caso dos outros envolvidos nas fraudes, as ações já tramitam na primeira instância da Justiça Federal em Curitiba, no Paraná. A expectativa é que até meados deste ano, já sejam dadas as primeiras sentenças. Além de corrupção ativa e passiva, o grupo é suspeito de fraude processual, crimes contra o sistema financeiro, formação de quadrilha e cartel, entre outros.

Deflagrada no início do ano passado, a Operação Lava Jato prendeu mais de 30 executivos das maiores construtoras do Brasil. A suspeita é que eles pagavam propinas a políticos e a funcionários da Petrobras para terem contratos firmados com a petroleira. Os valores das propinas estariam incluídos no montante que a empresa receberia pela obra feita. Uma porcentagem de cada obra seria destinada aos partidos envolvidos na fraude. No caso das legendas de oposição, a suspeita é que seus membros tenham recebido dinheiro para evitar investigações no Congresso Nacional, como Comissões Parlamentares de Inquérito.

Outro braço da quadrilha era o dos doleiros, que era o responsável por lavar o dinheiro desviado e repatriá-lo por meio de empresas fantasmas. Alguns desses doleiros já foram julgados.

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