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‘Charlie Hebdo’ terá capa com Maomé segurando cartaz ‘Eu sou Charlie’

Publicação mostra Maomé com o semblante triste sob a frase "Tout est pardonné"

A nova capa da 'Charlie Hebdo'.
A nova capa da 'Charlie Hebdo'.AFP

O semanário satírico Charlie Hebdo escolheu para a capa de seu próximo número, que começa a ser vendido na quarta-feira, dia 14, uma caricatura de Maomé na qual o profeta segura um cartaz de “Eu sou Charlie”, popularizado como lema de solidariedade com os 12 mortos no ataque ao jornal.

A imagem, exibida nesta segunda-feira nas redes sociais e assinada pelo caricaturista Luz, mostra Maomé com o semblante triste e uma lágrima em seu olho esquerdo, sob a frase “Tout est pardonné”.

Esse número, o primeiro após o atentado de quarta-feira passada, no qual morreram oito de seus jornalistas, entre eles o diretor, Charb, e quatro dos caricaturistas mais conhecidos da França, terá uma tiragem especial de três milhões de exemplares.

Charlie Hebdo costumava colocar à venda 60.000 exemplares, número que foi multiplicado para responder ao interesse e à avalanche de pedidos recebidos tanto na França como no exterior.

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O advogado do semanário, Richard Malka, já tinha adiantado na segunda-feira que o próximo número incluiria caricaturas de Maomé e zombarias com políticos e religiosos porque esse, segundo afirmou à emissora France Info, “é o espírito de ‘Eu sou Charlie’”.

“Nunca vamos ceder. Se não, nada disso faria sentido”, afirmou o advogado e colaborador do semanário invadido na semana passada por dois jihadistas supostamente em represália por publicar esse tipo de caricatura do profeta do Islã.

Esse ataque e outros dois posteriores cometidos nos dias 8 e 9 por outro muçulmano radical, que mataram outras cinco pessoas, abriram espaço ontem às maiores manifestações de protesto de que se tem notícia na França, com cerca de quatro milhões de espectadores em todo o país.

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