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ELEIÇÕES

Parlamento faz nova votação, mas Grécia segue sem eleger presidente

Se impasse parlamentar persistir na segunda-feira, novas eleições serão convocadas

María Antonia Sánchez-Vallejo
O primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, na votação.
O primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, na votação.AP

Apesar de duas derrotas consecutivas no Parlamento nos últimos dias, o primeiro-ministro grego, o conservador Antonis Samaras, ainda acredita na possibilidade de eleger seu candidato à presidência, Stavros Dimas, na terceira e última votação parlamentar, marcada para a próxima segunda-feira. Caso isso não ocorra, a Constituição estabelece um prazo de dez dias para a dissolução do Parlamento e a convocação de eleições, provavelmente para 25 de janeiro ou 1º. de fevereiro.

Os 168 votos colhidos nesta terça-feira, 8 a mais do que no primeiro turno, permitem ao chefe de Governo alguma esperança – da qual poucos partilham – de “evitar o risco” das eleições antecipadas. No domingo, buscando reunir os apoios necessários ao seu candidato, Samaras já havia aceitado antecipar as legislativas para o final de 2015, além de dar espaço no seu gabinete a “independentes pró-europeus”.

“O povo grego quer estabilidade, não quer eleições”, acrescentou o número dois do Governo, o socialista Evangelos Venizelos, depois da votação desta terça-feira – uma afirmação corroborada pela maioria das pesquisas (55% dos gregos prefeririam não votar agora). “Não diria que exista segurança sobre a eleição do presidente na terceira votação, mas hoje [terça-feira] aumentaram muito as possibilidades de que [na próxima segunda] ocorra o que é certo”, disse.

Para obter os 180 votos necessários, seria preciso que haja dissidências na bancada oposicionista, algo improvável. Alexis Tsipras, líder da coalizão esquerdista Syriza (71 deputados, e líder nas intenções de voto), afirmou que não dará “um cheque em branco a Samaras”. A Esquerda Democrática (Dimar, 10 deputados) insistiu na necessidade de que “o país mude de rumo, rejeitando as políticas aplicadas” pela coalizão de Governo liderada por dois partidos tradicionais, e da qual a Esquerda Democrática participou até meados de 2013.

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A aparente tranquilidade do Governo não se estende aos mercados. O índice geral da Bolsa de Atenas, que apresenta um alto grau de volatilidade desde o anúncio da antecipação da votação presidencial – já caiu 20% na segunda semana de dezembro –, iniciou a jornada em baixa de 2%, mas se recuperou parcialmente e fechou o pregão com queda de 1%.

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