EUA acreditam que Coreia do Norte esteja por trás do ataque à Sony
Pyongyang negou envolvimento no ataque cibernético que adiou o lançamento de um filme
Os Estados Unidos finalmente conseguiram encontrar a conexão entre a Coreia do Norte e o ataque informático maciço que assola a multinacional Sony Pictures há três semanas. Fontes anônimas do FBI citadas pelo The New York Times, a CNN e a Associated Press confirmaram pela primeira vez que Pyongyang está por trás da brutal represália contra a empresa devido ao filme A Entrevista, uma paródia sobre uma tentativa de assassinato do presidente norte-coreano, Kim Jong-un.
A mídia norte-americana afirma que os investigadores farão um anúncio a esse respeito nesta quinta-feira. Um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional disse na quarta-feira à noite que “o Governo dos Estados Unidos ofereceu apoio e assistência à Sony Pictures Entertainment em resposta ao ataque. O FBI encabeça a investigação. Os EUA estão investigando a autoria do ataque e divulgarão informações no momento apropriado.” O organismo afirma que a Casa Branca “está trabalhando sem descanso para levar os autores desse ataque à justiça” e que está “analisando várias opções” de resposta.
O Conselho de Segurança Nacional não deixou passar o precedente inquietante que a decisão de cancelar a exibição de A Entrevista representa para a liberdade de expressão. “Os EUA respeitam o direito dos artistas a distribuir o conteúdo que quiserem. O Governo não se envolve nessas decisões. Levamos muito a sério qualquer tentativa de limitar a liberdade de expressão de artistas.”
Até agora a Coreia do Norte vem negando sua participação no ataque e nas ameaças posteriores, mas admitiu que os responsáveis podem ser seguidores seus. O grupo de hackers enviou na segunda-feira uma série de ameaças aos cinemas que exibiram o filme, cuja estreia estava prevista para 25 de dezembro. Os hackers aludiram ao 11 de setembro e aconselharam as pessoas a evitar os cinemas onde o filme seria exibido. Depois de três grandes redes de cinemas terem anunciado o cancelamento da projeção de A Entrevista, a Sony anunciou na quarta-feira que desistiu de lançar o filme.
Ao mesmo tempo em que vasculhavam os milhares de documentos da empresa vazados para a rede, os especialistas vêm investigando a origem do ataque. Jaime Blasco, presidente da empresa AlienVault, comentou ao EL PAÍS uma semana atrás que parte do software maligno usado pelos piratas contra a Sony era igual ao que foi empregado em março de 2013 contra bancos sul-coreanos.
Naquele ataque, os bancos Jeju, NongHyup e Shinhan, além de alguns veículos de comunicação sul-coreanos, foram comprometidos em um ataque que apagou dados internos. Depois de analisar o programa maligno usado, o Governo da Coreia do Sul imediatamente atribuiu o ataque a Pyongyang. O ataque foi chamado “Dark Seoul” e chamou muito a atenção, recorda Blasco. “As coisas estão relacionadas, de alguma forma. Não sabemos se um dos responsáveis por aquele ataque é o mesmo que lançou os ataques à Sony, ou se os hackers da Sony aprenderam com aqueles, mas as duas coisas estão relacionadas”, conclui o especialista. Blasco também disse que o ataque demonstra “um nível elevado de sofisticação”.
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