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Dilma elogia Papa e Maduro fala em “vitória de Fidel e do povo cubano”

Kirchner, anfitriã do Mercosul, acredita que agora o embargo a Cuba deve ser levantado

Alejandro Rebossio
Cúpula do Mercosul no (Paraná, Argentina).
Cúpula do Mercosul no (Paraná, Argentina).David Fernández (EFE)

A presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, elogiou nesta quarta-feira o papel do papa Franscisco no degelo das relações entre Cuba e Estados Unidos durante o encontro de chefes de Estado do Mercosul, em Paraná (Argentina). "Nós, lutadores sociais, acreditávamos que nunca veríamos a retomada das relações entre Cuba e EUA", disse Dilma, que em seu Governo fez parceria estratégica com o de Raúl Castro para trazer médicos cubanos ao Brasil. Segundo Dilma, o Papa foi "um dos fatores mais importantes nesta aproximação".

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A presidenta anfitriã do Mercosul, Cristina Kirchner, destacou a normalização das relações entre Cuba e os EUA depois de décadas de tensão. A chefa de Estado da Argentina, no exercício da presidência semestral do bloco sul-americano, ressaltou a "magnífica" notícia do acordo entre os Governos de Barack Obama e Raúl Castro. Também seu colega venezuelano, Nicolás Maduro, mostrou-se "feliz" por esse "dia histórico".

"Estamos felizes pela saída da prisão de três heróis", disse Maduro sobre a libertação dos agentes cubanos detidos nos EUA. "É uma vitória de Fidel [Castro] e do povo cubano", comemorou o presidente venezuelano. Apesar da atual ameaça de sanções do Governo de Obama contra a Venezuela pela repressão a oposicionistas, Maduro afirmou: "É preciso reconhecer o gesto de Barack Obama, sua coragem; é possivelmente o passo mais importante de sua presidência. Obama disse que não pode continuar insistindo em levar Cuba ao colapso". O presidente venezuelano destacou também a "ajuda" do "papa latino-americano" Francisco por ter feito a mediação entre Cuba e os EUA.

"Eles devem levantar o bloqueio", elucubrou Kirchner sobre o embargo econômico que os EUA aplicam desde 1960 contra Cuba. A presidenta argentina perguntou de maneira retórica a seus pares do Brasil, Venezuela, Uruguai, Paraguai e Bolívia (país em processo de adesão) se alguma vez tinham imaginado que veriam o dia que esse bloqueio terminasse. Kirchner destacou a "dignidade do povo cubano" por resistir tantas décadas de penúrias por esse confronto com os EUA e também elogiou o Governo de Havana por não ter "traído" o seu povo nesse conflito.

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