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Voluntário cubano enviado à Guiné para combater ebola morre de malária

Vítima não teve contato com médicos, enfermeiros, nem pacientes, segundo Governo

Enfermeira cubana treina em um acampamento em Havana.
Enfermeira cubana treina em um acampamento em Havana.L. Pérez (AP)

Um membro da brigada cubana de cooperação enviada à África no começo do mês para combater o vírus ebola morreu no último domingo na Guiné, após ter contraído malária, segundo informações do Governo de Cuba em um comunicado divulgado na segunda-feira no jornal Granma. O colaborador era gerente da equipe médica, e nunca esteve em contato direto com pacientes de nenhum tipo. De acordo com a versão oficial, Jorge Juan Guerra Rodríguez foi submetido a dois testes para verificar uma possível infecção por ebola, mas ambos que deram negativo.

Rodríguez, de 60 anos, morreu em 26 de outubro por volta das14h (na hora local de Cuba) em decorrência de “malária com complicação cerebral”, segundo a nota divulgada pelo Ministério de Saúde Pública. Ele havia chegado à Guiné-Conacri em 6 de outubro, como parte do primeiro grupo de colaboradores enviados por Cuba à África, a maioria deles médicos e enfermeiras, para ajudar na luta contra o vírus ebola.

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Segundo o relato oficial, Rodríguez começou a mostrar sintomas da doença em 22 de outubro e, dois dias mais tarde, foi diagnosticado com malária. “Devido às suas funções econômicas na brigada, nunca esteve em contato com Centros de Tratamento de Ebola nem com doentes, no entanto, foram realizados exames para o diagnóstico de ebola que deram negativo. Durante a madrugada do dia 26, seu estado de saúde piorou, evoluindo para uma falência múltipla de órgãos e falecimento pela tarde”, diz a nota do ministério.

Rodríguez havia se oferecido de “forma voluntária” como integrante do primeiro grupo de cubanos que partiu no começou do mês em direção a Serra Leoa, Libéria e Guiné, três dos oito países africanos afetados pela epidemia que já contagiou mais de 10.000 pessoas e matou quase 5.000. Durante os últimos 30 anos, havia trabalhado para a Direção de Saúde da província cubana de Sancti Spíritus e, nesse período, participou de uma missão internacional de Cuba em Mali.

Cuba assumiu um papel ativo na campanha internacional para lutar contra o ebola e prevenir sua expansão. O Governo de Raúl Castro se comprometeu em enviar 461 médicos e enfermeiros à África Ocidental, dos quais 256 se encontram distribuídos pela Libéria, Serra Leoa e Guiné. Cada um dos membros da equipe médica cubana viajou com a condição de que não serão repatriados à ilha em caso de contágio ou morte em consequência do vírus.

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