_
_
_
_
_

A escolha do novo ministro da Fazenda tem ares de segunda eleição

País aguarda pelo substituto de Mantega, que deverá renovar esperanças do setor privado

Carla Jiménez
Ministro Guido Mantega, em entrevista coletiva.
Ministro Guido Mantega, em entrevista coletiva.Elza Fiúza (Agência Brasil)

Quem vai ocupar a cadeira do ministro da Fazenda em 2015? A pergunta vale mais que um milhão de dólares, pois o próximo titular da área econômica tem a missão mais urgente deste Governo Dilma, que é renovar as esperanças do crescimento do PIB. Um dos cotados seria Luiz Carlos Trabuco, presidente do banco Bradesco, o maior banco privado do Brasil, desde 2003. Se a notícia se confirmar, seria um verdadeiro presente para o mercado financeiro, que iniciou a semana com bruscas oscilações na Bolsa de Valores. Trabuco é considerado uma das personalidades mais poderosas do Brasil e teria grande facilidade para dialogar com os agentes financeiros, falando a sua língua.

Mais informações
Receituário para economia inclui ações impopulares
Mercado financeiro castiga a reeleição de Dilma Rousseff
Além de base menor, Dilma deverá enfrentar Congresso rebelde
Dilma promete mudanças do novo Governo antes do fim do ano

Outro nome cogitado pela imprensa é o do empresário Abílio Diniz, ex-dono da rede Pão de Açúcar, que sempre demonstrou apreço pelo governo do ex-presidente Lula, e é um executivo respeitado no mercado pela ousadia que sempre demonstrou na condução dos seus negócios. Se de fato a presidenta escolher entre Trabuco ou Diniz, ela teria grandes chances de fazer as pazes com o mercado financeiro rapidamente. E assim, repetiria a fórmula do ex-presidente Lula em seu primeiro mandato, que chamou Henrique Meirelles, ex-executivo de banco, e um nome familiar a investidores, para presidir o Banco Central. Meirelles foi um grande fiador da estabilidade de Lula por dois mandatos e há quem aposte que ele também é outro cotado para o cargo, a pedido do ex-presidente.

Nesta terça, Diniz escreveu, em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, que a presidenta precisava mostrar que governará para todos. “Para os pobres e mais necessitados, mas também para os trabalhadores, a classe média, os empresários e a livre iniciativa.” Segundo ele, é inadiável restituir a confiança do empresariado para ele voltar a investir.

Outros nomes aventados foram para cumprir essa tarefa, como o do atual ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Ele, porém, teria negado que irá para a Fazenda, e confirmado que o próximo ministro será alguém do setor privado, segundo o portal Infomoney. Mas, o Planalto desmentiu a informação nesta quarta, o que deixa em aberto a sua eventual indicação.

O novo titular da pasta viria substituir Guido Mantega, que está há oito anos no cargo, e que já perdeu a confiança dos agentes financeiros por seu excesso de otimismo. Mantega já fez projeções de crescimento que não se confirmaram, e negou que houvesse erros na condução da política econômica, o que incomoda os investidores, uma vez que a realidade dos números da economia não tem sido nada otimista. Em meio ao caos no mercado financeiro desta segunda-feira, o ministro disse, em coletiva de imprensa, que os fundamentos da economia estavam assegurados neste segundo mandato, assim como o ajuste fiscal.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_