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Auxiliar de enfermagem que contraiu ebola na Espanha está curada

Segunda análise da Teresa Romero confirma que o vírus não está mais em seu sangue

A equipe médica de Teresa Romero.Foto: reuters_live | Vídeo: Reuters-LIVE! / Samuel Sánchez
Elena G. Sevillano

A auxiliar de enfermagem Teresa Romero, que havia contraído ebola na Espanha, superou definitivamente a doença ao dar negativo em um segundo teste, informou a equipe médica que a atende. “Os critérios da cura estão sendo cumpridos”, declarou José Ramón Arribas, chefe da unidade de doenças infecciosas do Carlos III, após o registro do primeiro negativo nas análises realizadas na paciente durante o fim de semana.

A partir de agora, a confirmação de que o vírus não está no sangue da auxiliar de enfermagem permitirá flexibilizar as condições de segurança no hospital Carlos III, onde está internada e onde 15 contatos de risco permanecem em observação, mas que continuam sem mostrar sinais de estarem infectados. Dessa forma, ela poderá ir para outro andar, no qual continuará com sua convalescência até ter uma vida normal, acrescentou Arribas, que assegurou que no futuro estará “completamente curada”.

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“Como qualquer doença grave e em qualquer paciente, o que vai contar é a evolução clínica com o passar dos dias. Uma coisa é o negativo no sangue e outra, o que o vírus pode ter feito, por isso continuaremos controlando” Teresa, acrescentou Fernando de la Calle, da unidade de medicina tropical, que insistiu também que confiam em sua total recuperação no futuro.

Segundo informações prévias da porta-voz da família, Teresa Mesa, as pessoas próximas da auxiliar calculam que ainda deverão se passar mais duas ou três semanas até que ela saia do hospital. Seu marido, Javier Limón, “que nunca teve medo de ser contaminado” por sua mulher, sairá nos dias 27 ou 28 de outubro, segundo a porta-voz.

Teresa Romero é a primeira pessoa com ebola com amplas possibilidades de se curar na Espanha. Os outros dois casos ocorridos no país, os dois missionários da ordem de São João de Deus que foram repatriados depois de ficarem doentes na Libéria e Serra Leoa – Miguel Pajares e Manuel García Viejo, respectivamente –, morreram no Carlos III. Foi precisamente atendendo esse último que Romero foi infectada, ainda que o momento exato e a maneira não estejam claros.

Para vencer o vírus, a auxiliar de enfermagem recebeu dois tratamentos experimentais simultaneamente (plasma de um doente que superou a doença e um antiviral), de forma que não é possível delimitar qual de todas as ações foi a que permitiu curar Romero, nem em que medida cada uma contribuiu.

Não existe uma única explicação sobre como a auxiliar superou a doença. Esse surto tem uma taxa de mortalidade de 70%, o que significa dizer que na Guiné, Serra Leoa e Libéria, com mais de 9.000 casos e 4.500 mortos pelo ebola registrados, um de cada três infectados se cura, e isso apesar da precariedade dos serviços sanitários nesses países.

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