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Aécio e Marina tentam as últimas cartadas a três dias das eleições

Empatados no segundo lugar, os candidatos vão para o tudo ou nada no debate mais quente da corrida eleitoral a três dias do pleito

Aécio Neves cumprimenta Marina Silva no debate.
Aécio Neves cumprimenta Marina Silva no debate.R. Moraes (Reuters)

No mais importante debate desde o início da corrida eleitoral, estava claro que os candidatos do PSDB, Aécio Neves, e do PSB, Marina Silva, chegavam para o tudo ou nada, a três dias do pleito. Tecnicamente empatados em segundo lugar nas pesquisas eleitorais, o tucano mostrou mais energia para captar os indecisos no encontro da Rede Globo, do que sua adversária. Na primeira oportunidade, logo no primeiro bloco, Neves chamou Marina para o debate, dirigindo sua pergunta a ela, mas, ao mesmo tempo, aproveitando para atacar o PT. Com a estratégia de se consolidar como o candidato anti-PT, Aécio perguntou: “Marina, onde a senhora estava durante o mensalão?”. Em outra oportunidade, o tucano provocou a socialista sobre suas mudanças de opiniões. “Quem muda de posição aqui todo o tempo não sou eu”, disse.

A presidenciável do PSB se defendeu dizendo que era alvo de todos. “Fui atacada injustamente também por você, que pela primeira vez se uniu [ao PT] para me atacar”.

O encontro da Rede Globo foi o mais quente destas eleições, onde os candidatos expressaram seu nervosismo em diversas ocasiões. Neves, por exemplo, se dirigiu de modo mais agressivo a quase todos os candidatos. A Luciana Genro, do PSOL, ele disse, de dedo em riste, que ela não tinha preparo par ser candidata à presidenta da República. Parecia uma resposta ao confronto que ambos protagonizaram semanas antes durante o debate promovido pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

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Dilma e Marina não deixaram por menos. Ambas se atracaram sempre que as regras do debate permitiam que uma fizesse pergunta à outra. “Eu sugiro que a senhora leia o que escreveram no seu programa [de governo]”, disse Dilma a Marina, sobre a questão da autonomia do Banco Central. “Aqui, quem está falando é a Dilma das eleições e não a Dilma das convicções”, respondeu Marina que claramente deixou de lado a política de “dar a outra face” quando era alvo de algum ataque.

Elas chegaram a ter seus microfones desligados quando a petista cutucou Marina sobre um diretor do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), afastado por corrupção, que havia sido indicado por ela, quando foi ministra do Meio Ambiente. Com as veias saltadas do pescoço, Marina devolveu dizendo que Dilma não cumpria seus compromissos de campanha. “A corrupção foi varrida para debaixo do tapete. Você tem o projeto contra corrupção, mas não regulamentou. Houve uma "demissão premiada" no caso da Petrobras?”, provocou ela. A temperatura subiu entre as duas, a ponto do intermediador, William Bonner, precisou intervir para pedir que a discussão entre ambas acabasse pois o tempo já havia se esgotado.

Mesmo sendo alvo permanente de Aécio e Marina, a presidenta mostrou-se confortável em sua posição de líder nas pesquisas, e não deixou pergunta sem resposta para todos os questionamentos a que foi submetida, da corrupção na Petrobras, ao descontrole com a inflação, até o uso indevido dos correios para favorecer sua eleição.

Marina, por sua vez, evitou fazer perguntas para Aécio Neves em duas chances que teve dentro das regras da emissora. Preferiu rivalizar com Dilma, mirando o segundo turno.

Independentemente dos temas sorteados, um assunto veio à tona diversas vezes: o escândalo da Petrobras, que virou assunto por diversas vezes para vários candidatos. Os candidatos ‘nanicos’ foram os responsáveis por falar sobre os temas que, como sempre, ficam em silêncio para Aécio, Dilma e Marina: aborto, drogas e casamento gay.

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