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Reino Unido se une aos EUA contra o EI em ofensiva no Iraque, mas não a Síria

Segundo a imprensa britânica, a ação começará no próximo fim de semana e deve durar meses

David Cameron discursa na Assembleia Geral da ONU.
David Cameron discursa na Assembleia Geral da ONU.A. Burton (AFP)

O Governo britânico pretende aprovar nesta quinta-feira uma proposta do primeiro-ministro David Cameron para que o país se una à campanha norte-americana de bombardeios aéreos contra o Estado Islâmico (EI) no Iraque, mas sem se envolver com as operações na Síria. A decisão deve receber na manhã de sexta-feira o aval da Câmara dos Comuns (deputados), que foi convocada em regime de urgência, interrompendo o tradicional recesso parlamentar por ocasião dos congressos partidários do outono europeu. A imprensa britânica avalia que a participação britânica começará já no próximo fim de semana e durará meses.

Cameron antecipou na quarta-feira, durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU, sua intenção de participar da campanha militar contra o Estado Islâmico promovida pelo Governo dos Estados Unidos. A decisão britânica conta com o apoio do Partido Trabalhista, de oposição, que há um ano provocou a humilhação do primeiro-ministro ao barrar uma proposta de intervenção na Síria, privando Cameron do aval dos parlamentares a um envolvimento na guerra civil do país árabe.

O Estado Islâmico é uma ameaça não só para a estabilidade da região, mas potencialmente para o Reino Unido Ed Miliband

Embora o primeiro-ministro não esteja legalmente obrigado a obter a aprovação parlamentar antes de iniciar uma intervenção militar no exterior, isso é atualmente considerado um pré-requisito político imprescindível, depois da enorme polêmica motivada em 2003 pela ativa participação britânica na invasão do Iraque.

A situação, agora, é muito diferente daquela invasão e também da tentativa de Cameron de bombardear a Síria no ano passado. A diferença fundamental, no entender do líder trabalhista Ed Miliband, é que a intervenção contra o Estado Islâmico em território iraquiano atende a um pedido nesse sentido feito pelo próprio Governo de Bagdá.

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“O Iraque é um Estado democrático. Há um Governo que quer nossa ajuda. O Estado Islâmico é uma ameaça não só para a estabilidade da região, mas também uma ameaça humanitária e potencialmente uma ameaça para o Reino Unido, no sentido de que abriga o terrorismo”, salientou o líder trabalhista.

Na Síria, entretanto, por não haver um pedido de intervenção vindo de um Governo democrático, Miliband disse acreditar que “seria melhor termos uma resolução do Conselho de Segurança da ONU.”

O aval à intervenção contra o Estado Islâmico coincide com a detenção de nove homens, com idades entre 22 e 51 anos, como parte de uma investigação sobre o terrorismo islâmico. Entre os detidos está o polêmico pregador Anjem Choudary. A polícia fez buscas em 18 imóveis de Londres e em Stock-on-Trent, no norte da Inglaterra. Choudary encabeçava a organização muçulmana Islam4UK, proibida em 2010.

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