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Alibaba se torna uma das empresas mais valiosas do mundo

Empresa chinesa encerra seu primeiro pregão em Wall Street com uma alta de 38%

O fundador da Alibaba, Jack Ma (centro), com outros executivos na porta da Bolsa de Nova York.
O fundador da Alibaba, Jack Ma (centro), com outros executivos na porta da Bolsa de Nova York.Scott Eells (Bloomberg)

A Alibaba estreou em Wall Street com uma alta inicial de 36%, a 92,70 dólares (219 reais) por ação, no momento em que ocorreu a primeira troca de ações na Bolsa de Valores de Nova York. A gigante do comércio eletrônico chinês fez assim história, e não só pelos 21,8 bilhões de dólares (51,6 bilhões de reais) arrecadados na entrada. É a maior corporação que estreia na bolsa, com uma valorização global que nos primeiros minutos chegou a 228 bilhões de dólares e que a coloca entre as 20 maiores empresas listadas do planeta.

A estreia da Alibaba na bolsa ocorreu depois de duas horas e meia do início do pregão em Wall Street. O ajuste do preço do primeiro intercâmbio de ações foi delicado e trabalhoso, para evitar a todo o momento os erros que levaram à desastrosa entrada do Facebook há dois anos e meio. A primeira indicação já antecipava que abriria acima dos 80 dólares. Daí foi subindo gradualmente até superar os 90 dólares por ação.

O máximo alcançado no pregão foi de 99,7 dólares a ação, atingido logo depois de alguns segundos da estreia. Em seguida caiu gradualmente até fechar em 92,89 dólares, ainda 38% acima do valor inicial, o que equivale a 231 bilhões de dólares, suficiente para situar-se na 17ª posição da lista das maiores empresas do mundo por capitalização em bolsa. É maior que JPMorgan Chase, Verizon, Pfizer e IBM ou a combinação do Facebook com o Twitter ou seus rivais ocidentais Amazon e eBay juntos.

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O valor de partida era de 167,6 bilhões de dólares. Essa era a capitalização que correspondia ao preço de 68 dólares para suas ações, colocado na véspera. Com semelhante valorização a empresa se transformava na maior estreia em bolsa no mundo, superando os 133,4 bilhões da capitalização do Agricultural Bank of China quando começou a ser listado em julho de 2010 em Hong Kong ou os 131,8 bilhões do ICBC em outubro de 2006.

A terceira maior estreia até então era de outra empresa do setor financeiro, do mesmo país e no mesmo mercado. O Bank of China se valorizou em 94,1 bilhões quando estreou em maio de 2006. Para encontrar a quarta seria preciso ir para o outro lado do mundo. O Facebook protagonizou em maio de 2012 a maior estreia em Wall Street de uma empresa norte-americana, com uma capitalização de 81,25 bilhões, que desde então dobrou.

Se fosse mantido o entusiasmo visto nos últimos meses, seria relativamente fácil para a Alibaba superar o Facebook até mesmo no primeiro dia de cotização. A rede social fundada por Mark Zuckerberg valia 198,7 bilhões de dólares no momento do início da sessão da Nasdaq. Para a companhia chinesa bastava subir uns 15% a partir do valor final da oferta, um incremento que finalmente mais que duplicou. A questão era, sobretudo, ver o quanto se aproximaria do Google.

A empresa de tecnologia de Mountain Vieq, a mais poderosa da Internet, valia 398,4 bilhões ao toque do sino. É a terceira maior corporação listada em bolsa no mundo, atrás da petrolífera ExxonMobil, em uma classificação que coroa a Apple, com 608,25 bilhões de capitalização. A quarta é a Microsoft, com uma valorização em bolsa de 383,3 bilhões.

A outra tecnológica de referencia é a IBM, com uma valorização, antes do sino, de 192,3 bilhões. Não muito longe surgem a sul-coreana Samsung e a Oracle. Se a história ajuda a pôr as coisas em contexto, o rendimento das grandes empresas que vão para o pregão costuma ser bastante decepcionante. A média em Wall Street é de uma apreciação inferior a 10% no primeiro dia de cotização, que se torna negativa no primeiro ano.

Os investidores se fixam, além disso, em três referências chinesas para entender por onde iria Alibaba. Eles gostariam de ver algo parecido com a Baidu, que estreou em agosto de 2005 com uma alta de 350%. Depois disso acumula uma apreciação de 8.000%. Mas no curto prazo olham para a Leju. Subiu 19% no primeiro dia em abril, porcentual que se elevou para 38%. O oposto é a RenRen, que subiu 30% na estreia em março, mas cai 75% em relação à oferta.

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