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O Estado Islâmico mostra vídeo de outro refém britânico

Sequestrado em 2012, ele aparece sozinho e denuncia o Reino Unido e os EUA por não pagarem o resgate

Agências El País
Cairo / Beirute / Madri -
Captura de tela do vídeo.
Captura de tela do vídeo.AFP

O grupo extremista sunita Estado Islâmico (EI) divulgou nesta quinta-feira um vídeo em fóruns jihadistas no qual o jornalista britânico John Cantlie, sequestrado na Síria, critica os Governos dos Estados Unidos e do Reino Unido por não negociarem as libertações de seus cidadãos, “que são abandonados”.

Vestido com uma roupa laranja e aparentemente em bom estado de saúde, Cantlie afirma que alguns Governos europeus negociaram com o EI a libertação de seus cidadãos detidos. O repórter, que trabalhou para importantes meios de comunicação britânicos, disse sentir-se “abandonado” por seu Governo e afirma que sua vida está “nas mãos do Estado Islâmico”.

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Com o título Lend me your ears (Prestem atenção), o vídeo de três minutos mostra o jornalista sentado diante de uma mesa e com um fundo negro. Após se apresentar, Cantlie diz que chegou na Síria em novembro de 2012, onde foi capturado pelo Estado Islâmico. O repórter anuncia uma série de “programas” nos quais mostrará “a verdade” ao público.

John Cantlie trabalhou para importantes meios de comunicação britânicos como o Sunday Times e o Sunday Telegraph. Antes de seu sequestro, Cantlie e o fotógrafo holandês Jeroen Oerlemans foram feitos prisioneiros por um grupo armado jihadista em 19 de julho de 2012 na Síria, perto da fronteira com a Turquia. Sete dias depois, os dois jornalistas foram libertados. Oerlemans contou ao New York Times que Cantlie e ele estavam em uma barraca de campanha com os olhos vendados quando um grupo de homens entrou falando alto. “Gritavam ‘há quanto tempo eles estão aqui; é um ultraje’. Depois se dirigiram a nós e nos disseram ‘estão livres’”. Oerlemans admitiu que os homens que intervieram a seu favor eram do Exército Livre Sírio.

Cantlie contou aos meios de comunicação que seus sequestradores os ameaçaram de morte se não se convertessem ao Islã. Depois de uma primeira tentativa de fuga, os captores atiraram no braço de Cantlie e na perna de Oerlemans. Após sua libertação, Cantlie contou ao Sunday Times que o grupo que o mantinha preso era formado por várias nacionalidades: chechenos, paquistaneses, bengalis, vários britânicos e nenhum sírio. O jornalista disse que entre os 30 milicianos, os britânicos se destacavam por sua crueldade com os reféns. Cantlie relatou que um homem, que assegurava ter sido empregado de um supermercado no Reino Unido, o ameaçou de morte, acusando-o de trabalhar para o MI5 e o MI6 (as agências de Inteligência britânicas).

O novo vídeo do Estado Islâmico que mostra o refém John Cantlie foi feito somente alguns dias depois da divulgação, na noite de 13 de setembro, de outra gravação que mostrava o assassinato do voluntário britânico David Haines, que havia sido sequestrado na Síria no ano passado. O grupo jihadista advertiu que a próxima vítima será outro refém britânico, Alan Henning.

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