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Morre o ator Robin Williams aos 63 anos

A polícia suspeita de suicídio O ator ganhou um Oscar por seu papel em 'Gênio Indomável' em 1998

Robin Williams, em uma imagem de 2007.
Robin Williams, em uma imagem de 2007.ERIC THAYER (REUTERS)

Nem a ilusão por voltar a interpretar seu papel mais mítico, o da Senhora Doubtfire, um projeto que já estava em marcha, pôde mitigar a depressão que Robin Williams (Chicago, 1951) arrastava há anos. A desolação por causa de sua morte se fez patente nas ruas de São Francisco, onde o ator vivia desde 1967 e que o considerava um dos símbolos da cidade. Sua agente, Mara Buxbaum, foi a pessoa designada para tornar pública a notícia: “Faz tempo que lutava contra a depressão. Essa é uma morte trágica e repentina. A família pede respeito a sua dor e privacidade nestes momentos tão duros”.

O comunicado oficial divulgado pelo escritório do xerife do condado de Marin aponta o suicídio por asfixia como causa da morte e esclarece que serão realizadas provas forenses para determinar se o ator se encontrava sob o efeito de drogas. O corpo sem vida de Williams, de 63 anos, foi encontrado na manhã desta segunda-feira em sua casa de Tiburón, uma das ilhas da Bahía de San Francisco. Os serviços de emergências foram alertados às 11.55 da manhã e certificaram sua morte ao meio-dia.

A última vez que Robin foi visto com vida foi no dia 10, domingo, às 22h, junto com a sua mulher, Susan Schneider, que também emitiu um comunicado: “Esta manhã, perdi meu marido e meu melhor amigo. O mundo perdeu a um de seus melhores artistas e uma belíssima pessoa. Em nome da família de Robin, eu lhes peço respeito. Quando ele for recordado, que não seja pela sua morte, mas pelos muitos momentos de alegria e sorrisos que nos presenteou”.

Entre esses momentos, estão as caretas da mítica senhora de Uma babá quase perfeita e também os ensinamentos do professor de literatura de Sociedade dos Poetas Mortos. Ou seu papel em Gênio indomável, que lhe rendeu seu único Oscar, como melhor ator coadjuvante. Ao longo de sua carreira, conquistou cinco Globos de Ouro. Entre seus personagens mais lembrados, está também o protagonista de Jumanji e um pra lá de autêntico Peter Pan em Hook. No mundo dos desenhos animados, emprestou sua voz ao gênio de Aladdin, foi Batty Coda em Ferngull e encarnou um dos simpáticos pinguins de Happy Feet.

Polifacético, Williams se destacou por algumas de suas paixões: o ciclismo e os videogames. Sua amizade com o ciclista Lance Armstrong o tornou assíduo do Tour de France em Paris. Seu gosto pelo lazer eletrônico, que o considerava uma das formas narrativas mais inovadoras, o levou a incluir uma de suas filhas, Zelda, em uma aventura gráfica da Nintendo. Tem também um filho, Cody. Ambos são de sua primeira esposa, Marsha Garces, de quem se divorciou em 2008. Começou então sua queda, depois de mais de 20 anos afastado do álcool e as drogas. Ele mesmo confessou seu forte vício em cocaína no final dos 70 e 80. Em 2009, teve que ser operado do coração.

Seus colegas de profissão usaram o Twitter para se despedir do ator e mostrar condolências. O comediante Steve Martin foi um dos primeiros a se manifestar: “Não posso estar mais tocado pela perda de Robin Williams, um cavalheiro, grande talento, excelente colega e alma autêntica”. Ellen DeGeneres escreveu: “Não posso acreditar na notícia de Robin Williams. Deu tanto a tanta gente, tenho o coração rompido”.

Sua última imagem em Instagram, na que aparece junto a sua filha Zelda, publicada faz duas semanas, se converteu em um altar improvisado para seus fãs. No fio de comentários da foto, se acumulam mensagens lamentando sua perda e alguns de seus melhores gags.

Desde 2013, o ator rodava uma série junto a Michael J. Fox, The Crazy Ones, exibida semanalmente no canal CBS. Trata-se de um formato clássico, baseado nas sitcom dos 80.

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