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Eleições presidenciais de 2014

As pesquisas continuam maltratando Dilma Rousseff

Último Datafolha mostra que a presidenta ganharia no primeiro turno Num eventual segundo turno, no entanto, haveria empate com Aécio Neves

Antonio Jiménez Barca
A presidenta brasileira nesta sexta-feira.
A presidenta brasileira nesta sexta-feira.Fernando BizerraJr. (EFE)

A presidenta Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT), que há um ano e meio contava com a hipótese de repetir seu mandato sem muita oposição, se depara com pesquisas cada vez mais sombrias. A última delas, do Datafolha, publicada na quinta-feira pela Folha de S.Paulo, mostra que a dirigente brasileira ganharia no primeiro turno (algo que nenhuma pesquisa contesta), mas empataria num eventual segundo turno disputado contra o candidato conservador Aécio Neves, do Partido da Social-Democracia Brasileira (PSDB). É a primeira vez que isso acontece, colocando em risco a continuidade de Rousseff à frente do Brasil, quando faltam menos de três meses para as eleições.

Segundo o jornal, se as eleições fossem hoje e se houvesse necessidade de um segundo turno, Rousseff obteria 44% dos votos, contra 40% de Neves. Os realizadores do estudo observam que essa diferença mínima fica dentro da chamada margem de erro, o que leva a um empate técnico. No entanto, se o segundo turno fosse disputado entre Rousseff e o atual terceiro colocado na disputa, Eduardo Campos, do Partido Socialista do Brasil (PSB), situado mais à esquerda de Neves, a presidenta seria reeleita. Assim, as eleições de outubro se apresentam como uma interessante partida com três participantes e com muitas reviravoltas possíveis.

Sucessivas pesquisas mostram um desgaste progressivo de Rousseff, que experimentou uma brutal queda em julho do ano passado, logo após os gigantescos protestos de São Paulo e Rio, que agitaram o país por inteiro. Desde então, a tendência sempre foi de baixa, com uma pequena exceção. Em fevereiro deste ano, Rousseff alcançava 44% dos votos no primeiro turno. Agora tem apenas 36%. Só numa das pesquisas, elaborada às vésperas do começo da Copa, ela subiu a 38%.

Comentando esse fato, os diretores do Datafolha, afirmam que a popularidade de Dilma subiu e desceu como uma gangorra no decorrer do torneio, dependendo dos resultados esportivos. Ao final, o desastre da goleada diante da Alemanha ficou compensado, em termos de aceitação, pelo fato de a organização em termos operacionais ter sido considerada um sucesso, algo de que o Governo se vangloriou muito.

O levantamento também revela que os candidatos da oposição, tanto Neves como Campos, passaram em branco pela Copa do Mundo, sem experimentar nem altas nem baixas, como se todo o protagonismo, para o bem ou para mal, fosse monopolizado por Rousseff.

Os indecisos por enquanto alcançam 14%, e os votos em branco são 13%. Ambas as categorias têm crescido nos últimos meses. O levantamento aponta ainda que um terço dos eleitores das grandes cidades brasileiras, como Rio e São Paulo, ainda não escolheu seu candidato presidencial. Ou seja, a eleição, muito possivelmente, será resolvida nessas cidades. Assim, o transporte público (detonante dos protestos do ano passado) e a segurança serão questões cruciais e decisivas.

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