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Israel ataca a Faixa de Gaza em uma grande operação aérea

O Exército israelense entra em uma nova fase das recentes hostilidades contra o Hamas

Um sinalizador próximo à Faixa de Gaza, disparado em Israel.
Um sinalizador próximo à Faixa de Gaza, disparado em Israel.JACK GUEZ (AFP)

Israel iniciou na madrugada de terça-feira uma operação militar de larga escala contra a Faixa de Gaza, menos de dois anos após o cessar fogo definido depois dos bombardeios que causaram centenas de mortes em 2012. Os ataques atingiram pelo menos 30 objetivos na Faixa, entre lança-mísseis, edifícios e casas de supostos militantes do Hamas no sul de Gaza. O Exército israelense entra assim em uma nova fase das recentes hostilidades com a organização islamista Hamas. Pelo menos 14 feridos foram registrados. Segundo fontes palestinas, Israel lançou 60 ataques aéreos nas primeiras horas de terça-feira.

Israel afirma que se trata de uma operação contra o Hamas destinada a parar o ataque de mísseis. Na segunda-feira 85 projéteis de diferente calibre e alcance saíram de Gaza. Os islamistas, por sua vez, ameaçaram bombardear Tel Aviv e suas imediações esta noite, com mísseis mais sofisticados dos que usaram até agora.

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Na segunda-feira, Israel mobilizou 1.500 novos soldados na fronteira com Gaza e mudou o tom do seu discurso em resposta aos ataques assumidos pelo Hamas de mísseis e morteiros, que foram lançados desde a faixa palestina. Os islamistas disseram que atacaram em resposta à morte de seis de seus militantes no desmoronamento de um túnel, na noite anterior. Foi uma das batalhas mais sangrentas dos últimos anos, com nove palestinos mortos.

O Exército israelense nega ter bombardeado esse túnel e alega que a operação desatada nesta noite é uma resposta aos recentes bombardeios com foguetes sobre o sul de Israel. As autoridades ordenaram aos moradores da região que se mantenham próximos de abrigos. O Hamas ameaçou promover um “terremoto” como represália ao ataque e anunciou o lançamento de novos projéteis.

As tensões entre as duas partes vêm crescendo desde 12 de junho, quando três jovens judeus desapareceram na Cisjordânia. A polícia encontrou os seus corpos semi-enterrados na segunda-feira passada. Israel culpa o Hamas pelo crime. Depois de seu enterro, na terça-feira, tiveram início em Jerusalém distúrbios e perseguições a palestinos no centro da cidade. Horas mais tarde, a polícia se deparou com o cadáver carbonizado de um jovem palestino de 16 anos. Seis suspeitos do assassinato, israelenses de ultradireita, estão detidos desde domingo. Três deles confessaram o crime. Segundo as autoridades palestinas, a autópsia revelou que a vítima foi queimada viva. A descoberta do corpo desatou a maior onda de protestos e distúrbios dos últimos anos em Jerusalém.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou na quinta-feira uma política de contenção, enquanto chegavam notícias sobre a mediação do Egito para restaurar o fim da violência. Depois falou-se em Israel de uma estratégia de escalada progressiva. Segundo Netanyahu, o Hamas conta com 10.000 projéteis prontos para bombardear as áreas israelenses que fazem fronteira com Gaza.

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