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Morrem 17 soldados ucranianos no leste do país

Os enfrentamentos aconteceram nesta madrugada em Volnovaja e Rubezhni O líder da autoproclamada república popular de Lugansk declara estado de exceção

María Antonia Sánchez-Vallejo
Soldados ucranianos em um posto de controle de Slaviansk.
Soldados ucranianos em um posto de controle de Slaviansk.Petr Shelomovskiy (AP)

Após vários dias de aparente impasse na ofensiva militar contra os rebeldes pró-russos no leste da Ucrânia, o Ministério da Defesa informou nesta quinta-feira que 17 nove soldados morreram em combates nesta madrugada nas províncias de Donetsk e Lugansk, autoproclamadas independentes de Kiev após o referendo de autodeterminação do último dia 11. Trata-se do pior ataque contra o Exército desde que começou a “fase ativa” da operação antiterrorista na região, no último 2 de maio. E ocorreu a apenas três dias das eleições presidenciais do próximo domingo, cuja realização está por um fio no leste do país.

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De acordo com as fontes, os soldados morreram nesta madrugada numa emboscada “separatista” – o termo com que Kiev descreve os pró-russos – na altura de Volnovaya, 60 quilômetros ao sul de Donetsk. O fato aconteceu quando o posto de controle que os soldados protegiam, na estrada que liga a capital provincial a Mariupol – teoricamente esvaziada de elementos rebeldes há mais de uma semana – foi atacado com disparos de morteiro e lança-granadas por um grupo de “terroristas”, presumivelmente membros do Batalhão Vostok (leste), o mais bem equipado de todos os grupos armados rebeldes e especialmente ativo no sul do país. Cerca de 20 soldados teriam ficado feridos, embora fontes pró-russas como o site Life News tenham falado em 15 mortos e 35 feridos.

Outro militar ucraniano morreu nesta madrugada em uma emboscada semelhante em Rubézhnoe, na região vizinha de Lugansk, onde milicianos do chamado Exército do Sudeste, o braço armado dos pró-russos, informaram o início de uma “grande ofensiva da Guarda Nacional” contra a região. Valeri Bolotov, líder da autoproclamada República de Lugansk, informou que, para responder ao suposto avanço das forças armadas de Kiev, que usariam “grande número de blindados para dominar a região”, as autoridades rebeldes decretaram nesta quinta-feira o estado de exceção em toda a província e a mobilização total de todos os homens de 18 a 45 anos.

Ao mesmo tempo, vários militares ucranianos ficaram feridos durante os choques com milicianos pró-russos que nesta madrugada tentaram tomar um posto de fronteira com a Rússia em Lugánskaya, também na província de Lugansk.

O palco armado do conflito travado há semanas entre Kiev e os líderes pró-russos de Donbass (nome da região mineira que abrange as províncias de Donetsk e Lugansk) é variável. Enquanto a ofensiva do Exército e da Guarda Nacional parece estar restrita a locais como Sloviansk e Kramatorsk (ao norte de Donetsk), o sul da província, entre Donetsk e Mariupol, está há dias teoricamente livre de “separatistas”, o que é o caso também de outras cidades como Krasnoarmisk, “liberada” no último dia 11 pelo batalhão de forças especiais Dnipro, e um rosário de povoados da região. Os rebeldes mantêm vários postos de controle nas estradas de acesso a Donetsk desde o noroeste, tendo Karlovka como ponto principal.

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