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A má alimentação é pior para a saúde mundial que o fumo

O relator das Nações Unidas pede limitações à publicidade e mudanças na produção 1,4 bilhão de pessoas sofrem de sobrepeso ou obesidade

Uma mulher diante de um anúncio de fast food.
Uma mulher diante de um anúncio de fast food.Matt Cardy (Getty Images)

“As dietas pouco saudáveis são um risco maior para a saúde mundial que o fumo”, afirmou nesta segunda-feira Olivier de Schutter, relator especial das Nações Unidas para a Alimentação. “Da mesma maneira que o mundo se uniu para determinar os riscos do fumo, devemos chegar a um acordo sobre dietas adequadas”, acrescentou Schutter sobre a inauguração da Convenção Mundial para Proteger e Promover Dietas Saudáveis da organização Consumers International.

Schutter, que apresentou em 2012 um relatório sobre nutrição, lembrou das cinco propostas chaves daquele trabalho, e lamentou que não ainda não tenham dado início a elas. As propostas são aumentar os impostos aos produtos menos saudáveis; regulamentar os alimentos com alto índice de gorduras saturadas, açúcar e sal; limitar a publicidade de comida trash; repensar certos subsídios agrícolas que barateiam alguns produtos e não outros e apoiar os produtores locais para que os consumidores tenham acesso a produtos saudáveis, frescos e nutritivos.

“Os Governos puseram o foco em aumentar a quantidade de calorias disponíveis, mas com muita frequência foram indiferentes a respeito de que tipo de calorias oferecem, a que preço, para quem são acessíveis e como se comercializam”, disse Schutter.

As palavras do relator das Nações Unidas são o último apelo sobre o impacto da obesidade na saúde mundial, que veio ser chamada de a epidemia do século XXI. Segundo a Organização Mundial da Saúde, embora a fome ainda seja um problema para 800 milhões de pessoas, a má alimentação é um problema ainda maior: Cerca de 1,4 bilhão de pessoas têm obesidade ou sobrepeso no mundo, e a má alimentação está relacionada a problemas cardiovasculares, diabetes, artrites e alguns tipos de câncer (mama e endométrio, por exemplo).

Por outro lado, o tabagismo já está estabilizado ou em queda nos países ricos, embora aumente 3,4% anualmente nos demais, segundo o atlas mundial da Associação do Pulmão dos EUA. No entanto, a obesidade cresce em todas partes.

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