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Os preços nos EUA registram a maior alta em quase em um ano

Os salários ajustados à inflação retrocedem 0,3% e a produção industrial cai 0,6%

A cesta de compras nos Estados Unidos encareceu de novo em abril. Os preços ao consumo subiram 2% na taxa de inflação anual. A recuperação em relação ao ritmo de subida de março é de cinco décimos. A taxa subjacente, que é a que segue o Banco Central americano para guiar sua política monetária e exclui os elementos mais voláteis, está em 1,8%. Com isso, segue abaixo do nível de tolerância, mas se nota a pressão para a alta. É uma tendência oposta à europeia, onde o temor é o da deflação.

Em relação ao mês anterior, a alta é de 0,3% ou de 0,2% ao descontar a energia e os alimentos na taxa subjacente. É o maior incremento desde o último verão. Por produtos, sobiram a gasolina e a carne, como também ficaram mais altos os preços da moradia e da saúde.

O dado mexeu nos preços dos bônus. O banco central dos EUA começou a retirar os estímulos monetários à economia em dezembro, reduzindo a intensidade de compra da dívida pública e hipotecária. O plano é ter este mecanismo desfeito para o outono norte-americano (primavera no Brasil). Depois, vai ser aberto um parêntese temporário até a alta de juros, algo que poderia acontecer até metade de 2015.

A alta de preços, no entanto, provocou uma queda de 0,3% nos salários quando eles são ajustados ao custo de vida. Junto ao desemprego e à queda na taxa de participação laboral, a contenção dos salários é um dos elementos que explicam a lenta e anêmica recuperação da economia dos EUA. De fato, esta última contração nos salários é a maior desde o outono de 2012.

O dado de inflação foi publicado pouco depois de o Walmart, a maior rede varejista dos EUA, apresentar seus resultados trimestrais. O grupo reduziu o lucro em 5% quando comparado com o resultado de um ano atrás, para 3,6 bilhões de dólares. As vendas cresceram menos de 1%, a 115 bilhões. Estes resultados foram creditados à debilidade econômica.

Reflexo dessa debilidade, a produção industrial caiu 0,6% em abril, a maior queda em um ano e meio. O dado é ruim, por dois motivos. Wall Street esperava uma contração de 0,2%, conforme o efeito do inverno (verão no hemisfério sul) vai passando. Além disso, contrasta com a recuperação de 0,9% que se viu em março. Neste caso, a primeira leitura foi revisada duas décimas para cima.

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