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“Não sou racista, cometi um terrível erro”

O dono dos Clippers pede perdão por suas palavras racistas Donald Sterling foi punido pelo resto da vida pela NBA por seus comentários

Robert Álvarez
Donald Sterling, o dono de Los Angeles Clippers.
Donald Sterling, o dono de Los Angeles Clippers.ROBYN BECK (AFP)

Duas semanas depois que a NBA decidiu expulsá-lo para sempre e puni-lo com a máxima multa permitida, de 2,5 milhões de dólares, Donald Sterling pediu perdão por seus comentários racistas. O octogenário proprietário dos Clippers, em uma entrevista à CNN, afirmou: “Não sou racista. Cometi um terrível erro. Estou aqui para pedir perdão”.

A alegação de Sterling foi contundente. “Sou um bom membro (da NBA) que cometeu um erro. Peço perdão. Não tenho direito de cometer um erro depois de estar aqui durante 35 anos? Isto é, gosto muito desta Liga e dos meus sócios. Não tenho direito a cometer um erro? foi um erro terrível, e nunca o repetirei”.

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A fala de Sterling ocorre enquanto a enxurrada de reações contrárias à sua permanência como proprietário dos Clippers continua. Os donos das outras 29 equipes da NBA devem se reunir logo para decidir a questão. Sterling será obrigado a deixar a propriedade dos Clippers de Los Angeles se três quartas partes dos proprietários das franquias votarem nesse sentido. Sterling, após a morte de Jerry Buss, seu amigo e proprietário dos Lakers, é o decano dos proprietários das equipes da NBA. Adquiriu a franquia em 1981. “Se os donos das franquias considerarem que tenho outra oportunidade, a aproveitarei”, afirma Sterling.

O multimilionário dono dos Clippers explica que demorou quase duas semanas para pedir desculpas publicamente por seus comentários porque estava emocionalmente desolado. “É muito duro para mim. Me equivoquei. Causei um problema. Não sei como corrigir”. Sterling tem um longo histórico de acusações e julgamentos por seus comentários e atitudes racistas, mas nunca havia ocorrido um clamor tão majoritário contra ele como nesta ocasião. Os jogadores, os donos dos clubes, porta-vozes da luta pelos direitos civis e até o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, condenaram publicamente os comentários racistas de Sterling e pediram um castigo rápido e exemplar.

As frases que motivaram a polêmica e a multa da NBA, foram ditas por Sterling para a sua noiva mexicana, Vanesa Stiviano, em uma conversa no dia 9 de abril, depois que ela publicou no Instagram uma fotografia com o legendário jogador Magic Johnson. “Me incomoda muito que divulgue que está se relacionando com pessoas negras”, disse Sterling. “Você tem que fazer isso? Pode dormir com eles. Pode trazê-los aqui. Pode fazer o que queira. O pouco que te peço é que não divulgue isso, que não os leve para as minhas partidas, que não os traga aos jogos. Não ponha Magic aí, no Instagram, para que o mundo tenha que ver e depois tenham que me chamar. E não o traga nas minhas partidas. Por que você faz fotos com minorias?”.

Os jogadores mais importantes da NBA mantêm seu desejo de que tanto Donald Sterling como sua esposa Shelly, que compartilha a propriedade da equipe, sejam forçados a deixar os Clippers. “Queremos justiça e não queremos que nenhum membro dessa família possa ser proprietário da equipe”, declarou no domingo passado LeBron James, a estrela da NBA.

Shelly Sterling, que continua indo às partidas dos Clippers no Staples Center, declarou estar disposta a lutar contra a decisão de ser apartada da propriedade da franquia caso isso ocorra.

A expulsão do dono de uma franquia esportiva não tem precedentes nos Estados Unidos. Marge Schott, a presidenta e dona dos Cincinnati Reds da Maior Liga de beisebol, foi suspensa por dois anos, em 1996, por fazer comentários pró-nazistas e caluniar os afroamericanos e os judeus.

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